Filha de policial é agredida depois da aula e diretora afirma que situação saiu do controle
16 março 2015 às 17h29

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Pai da jovem foi filmado batendo em adolescente na porta da escola na última semana. Educadora afirma que agente foi à instituição e se exaltou após agressão contra filha

O Colégio Estadual Alfa Ômega, em Trindade, foi mais uma vez foco de um caso de violência. A filha do policial civil Daniel Carneiro prestou queixa nesta segunda-feira (16/3) na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Trindade após ser agredida por estudantes da mesma escola.
Conforme informação da Polícia Civil, a violência ocorreu fora do colégio, após o término das aulas. O escrivão Márcio Domingos explica que a algumas ruas da escola, a jovem foi agredida por outras duas alunas. Uma professora, que passava pelo local, viu a cena e ajudou a jovem de 13 anos. Márcio assegurou que a filha do policial apresentava sinais de unhas e roupas rasgadas, mas sem nenhum sinal de lesão grave.
As outras duas adolescentes já foram ouvidas pela delegada Renata Vieira, responsável pelo caso. Márcio informou que a filha do policial não soube dizer o motivo da briga, tendo dito que acreditava que seria por causa da agressão do pai contra um aluno da escola. Uma das adolescentes seria amiga do jovem.
Entretanto, a diretora Núbia Rosário Morais, que confirmou que a briga ocorreu fora da escola, disse ao Jornal Opção Online que o atrito foi motivado porque a filha do policial Daniel teria brigado com as duas alunas, tendo dito a uma delas que bateria em seu filho bebê.
Núbia ainda informou que o agente da Polícia Civil foi à porta da escola nesta segunda-feira (16) ameaçar a instituição. “O pai dela quer que a escola se posicione a favor dele, veio aqui na porta, xingou, mas não podemos fazer isso”, disse, e completou: “A situação, que nem foi dentro da escola, saiu do controle. E quem está pagando o pato é a escola.”
O caso e a explicação do policial
Na última semana, um vídeo do pai da jovem, o policial Daniel Carreiro, 51 anos, batendo em um aluno da escola foi amplamente difundido. A filmagem foi feita na terça-feira (10/3) pela manhã, e Daniel estava afastado da corporação até a última quarta-feira (11), por problemas psiquiátricos.
Daniel disse ao Jornal Opção Online nesta segunda-feira (16) que os alunos “concretizaram as ameaças feitas”. Isso porque a violência cometida pelo agente teria sido motivada por ameaças de dois alunos contra a filha. Questionado se sabia o motivo das ameaças, o policial disse: “Não sei. Isso é problema deles.”
Já a diretora Núbia afirmou ao Jornal Opção Online que o motivo teria sido uma briga entre meninas que se interessavam pelo mesmo menino — que não era o agredido. A educadora ainda explicou que todos os envolvidos nesse caso pediram para ser transferidos, e já estão em outras escolas — tanto a menina quanto os dois meninos –, menos a filha do agente.