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De 2 a 4 de setembro, em Washington (EUA), a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) participa de missão empresarial liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o objetivo de reverter ou mitigar os impactos das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

O presidente da Fieg, André Rocha, integra a comitiva ao lado de representantes das empresas goianas Jalles Machado, Goiasa e Brasil Minérios, além da multinacional Raízen, que possui unidade instalada em Jataí, e da Inpasa, que possui usina em implantação em Rio Verde. As indústrias foram diretamente afetadas pela medida. A agenda inclui audiências públicas no Departamento de Comércio dos EUA (Seção 301), reuniões com congressistas, compradores americanos e entidades empresariais locais.

A delegação brasileira conta com 125 representantes da indústria nacional, incluindo multinacionais como Embraer, Alcoa, Caterpillar, Tramontina, Volvo e Stefanini, além de entidades como a Associação Brasileira do Alumínio (Abal), a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

Segundo André Rocha, a missão tem como foco principal discutir o tarifaço com autoridades e compradores americanos, construir estratégias conjuntas e buscar caminhos técnicos para minimizar os prejuízos. “Açúcar, etanol e vermiculita são os setores mais afetados. Só o açúcar orgânico representa até 90% da produção de algumas empresas goianas voltada ao mercado americano. Sem acesso ao mercado europeu, por conta de acordos com a Colômbia, essas empresas hoje não têm alternativas viáveis”, destacou.

Ainda de acordo com ele, existem duas frentes de atuação: a primeira é tentar incluir os produtos em uma lista de exceções; a segunda é negociar um acordo comercial específico, como já fizeram outros países. “Não é um confronto com o Governo Federal, mas sim uma frente complementar. Estamos fazendo o nosso papel como federação e como empresários, defendendo empregos e a continuidade das exportações”, complementou.

Programação da missão

2 de setembro (terça-feira)

  • Chegada da delegação brasileira;
  • Reuniões internas com escritório de assessoria contratado pela CNI.

3 de setembro (quarta-feira)

  • 7h30 – Panorama geral: relação comercial no contexto das tarifas e estratégia de atuação (Ballard Partners);
  • 9h às 17h – Audiência pública da Seção 301 sobre o Brasil (US International Trade Commission, 500 E Street SW);
  • 10h – Reunião no Capitólio;
  • 12h às 16h00 – Reuniões bilaterais entre instituições brasileiras e contrapartes/parceiros nos EUA;
  • 16h – Reunião com a embaixadora do Brasil em Washington;
  • Sustentação oral do governo brasileiro e de entidades como CNI, CNA, Unica e produtores de etanol.

4 de setembro (quinta-feira)

  • 8h45 às 11h30 – Diálogo Empresarial Brasil-EUA: impactos comerciais e estratégias para aprofundar a parceria econômica;
  • Diálogo Setorial: estratégias de influência nas relações comerciais com os EUA: representantes de diferentes setores do Brasil e dos EUA;
  • Discussão sobre impactos das medidas comerciais e caminhos para ampliar a parceria econômica: embaixador Roberto Azevêdo, consultor da CNI;
  • Rodadas bilaterais Brasil x EUA com associações, compradores e entidades setoriais;
  • Reuniões no Departamento de Comércio Exterior dos EUA e com congressistas.