Fieg está em comitiva que vai aos EUA para tratar de tarifaço

20 agosto 2025 às 17h08

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Uma comitiva empresarial liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) estará em Washington, nos Estados Unidos, nos próximos dias 3 e 4 de setembro para uma agenda que deve ter como foco negociar com o governo norte-americano a redução das tarifas impostas ao Brasil. Entre os integrantes do grupo estará o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), entidade que tem buscado meios de driblar os danos das taxas de 50% impostas por Trump na indústria do estado.
Presidente da CNI, Ricardo Alban apresentou a agenda da missão ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin na última terça-feira, 19. Segundo Alban, é importante uma “atuação convergente entre governo e indústria para enfrentar os desafios impostos pela taxação de 50% sobre exportações brasileiras”.
Ao Jornal Opção, o presidente do Sindicato das Indústrias de Curtumes e Correlatos de Goiás e 2º vice-presidente da Fieg, Emilio Bittar, afirmou que a missão terá dois objetivos principais. O primeiro, conforme ele, é dialogar com representantes do governo americano sobre a possibilidade de revogação do tarifaço de 50% aplicado por Donald Trump aos produtos brasileiros.
“A CNI contratou um consultório de advocacia para nos acompanhar, e o assunto é justamente discutir e saber o que pode ser feito para sensibilizar as autoridades americanas a retirar o tarifaço”, contou.
Já o segundo foco, de acordo com o vice-presidente da Fieg, é apresentar uma defesa do empresariado brasileiro diante da investigação dos EUA contra o Brasil nos termos da Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA. O dispositivo permite ao Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos investigar supostas práticas que prejudicam o comércio internacional norte-americano.

Entre os alvos da investigação dos EUA está, inclusive, o PIX e o comércio popular da Rua 25 de Março, em São Paulo. “A gente consegue comprovar que não tem nenhuma prática da nossa parte fora da legalidade, ou que fere as regras da Organização Mundial do Comércio. A investigação pode ser feita, mas queremos ter a oportunidade de mostrar o nosso lado”, pontuou Emilio Bittar.
A diretoria da Fieg já teria informado ao governador Ronaldo Caiado sobre a viagem, que contará com a participação de entidades empresariais do país inteiro. No entanto, o grupo não deve ter integrantes do governo do Estado, somente de empresários.
A CNI informou que a programação da viagem inclui encontros com escritórios de advocacia e lobby, reuniões na Embaixada do Brasil em Washington, diálogos com lideranças da US Chamber of Commerce e com autoridades do governo americano. Ainda segundo a entidade, está prevista também uma plenária com empresários dos EUA e Brasil e participação em audiência pública do Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos.
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