Fernando Pellozo: “Temos gratidão a Caiado, que sempre nos apoiou. Qualquer serviço estadual está disponível em Senador Canedo”

02 agosto 2025 às 21h00

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Em 2024, após um processo eleitoral considerado árduo, Fernando Pellozo foi reeleito prefeito de Senador Canedo com 41% dos votos válidos, totalizando mais de 29 mil votos. Fisioterapeuta de formação, Pellozo afirmou ao Jornal Opção que esse resultado representava a “concretização de um esforço para não perder o foco”.
Quase um ano após sua recondução à chefia do Executivo municipal, o prefeito destaca, nesta entrevista, os principais avanços de sua gestão: desde a digitalização completa dos serviços e processos no Paço Municipal até o fortalecimento da segurança pública e o equilíbrio das contas públicas. Ele relembra que, ao assumir a Prefeitura há quatro anos, encontrou uma dívida de cerca de R$ 110 milhões, que, segundo ele, já foi integralmente quitada.
Apesar de reconhecer que ainda há muito a ser feito, Pellozo ressalta conquistas que superaram desafios históricos da cidade, como a falta de água em grande parte do município. O prefeito também enfatiza seu apoio ao governador Ronaldo Caiado, cuja base política foi fundamental para sua reeleição, e garante estar alinhado com o projeto do governador para 2026, rumo ao Palácio do Planalto.
O canedense expressa gratidão a Caiado e reforça: “Além do apoio político, tenho profunda admiração pessoal por Ronaldo Caiado e Daniel Vilela, pelas entregas que proporcionaram à nossa cidade. Todo projeto feito em parceria com eles é referência para nós.”
Italo Wolff – Em junho deste ano, a Prefeitura de Senador Canedo anunciou ter aderido à Associação de Cidades Inteligentes, a Anciti. O que isso representa para a cidade?
Sim, nós somos associados. Senador Canedo é uma cidade inovadora, inteligente e tecnológica justamente por conta dessa associação. Participei do Conecta Recife, realizado em Recife, do SmartGov em Salvador, e também nos filiamos à Anciti.
Inclusive, na última semana, participamos de um encontro da Anciti em Brasília para apresentar um programa desenvolvido pela nossa própria Secretaria de Inovação Tecnológica. Trata-se de uma iniciativa voltada especificamente para o bem-estar animal, uma pauta que também criamos aqui no município. Acredito que já estamos chegando perto de mil castrações realizadas.
Mas o grande destaque dessa ação é a plataforma digital de adoção: um site onde já conseguimos viabilizar a adoção de mais de 150 animais de rua, todos castrados, vermifugados, bem cuidados e até com nome.
Esse trabalho conjunto entre inovação tecnológica e bem-estar animal é um casamento muito positivo. Antes, não existia nada nesse sentido por aqui, foi uma luta até conseguirmos colocar em prática. Hoje, temos uma superintendente muito engajada, a Isabela, que também é veterinária, faz parte do conselho da categoria e é vice-presidente da AMMA. Ela é extremamente dedicada à causa e foi fundamental para que tudo isso acontecesse.

Outro dado importante: na semana passada, alcançamos 80 mil seguidores no Instagram da prefeitura. Isso é expressivo, especialmente para uma cidade com 170 mil habitantes. É um número alto, e demonstra a força da nossa comunicação.
Com esse alcance nas redes, conseguimos informar a população de forma mais rápida e eficiente. Por exemplo, se for preciso avisar sobre uma interrupção no abastecimento de água no Jardim Canedo para melhorar a pressão, as pessoas são notificadas com antecedência. Isso evita aquela frustração de chegar em casa e descobrir que está sem água de surpresa.
É muito interessante ver o interesse das pessoas em seguir a prefeitura ou o prefeito nas redes. Eu acho isso muito legal.
Ton Paulo – Durante muitos anos, a escassez de água foi um problema muito sério em Senador Canedo. Sempre notamos muitas críticas, muitas reclamações por parte da população. Como é que está essa situação hoje? O problema foi sanado?
A situação está controlada. Foram investidos cerca de 40 milhões de reais no total. Quando assumimos a gestão, em 2021, o cenário era crítico: mais de 40 bairros ficavam sem água por mais de 15 dias. A Sanesc estava completamente sucateada: bombas queimadas, a captação funcionando com gerador por falta de energia elétrica, tudo abandonado.
Nos dedicamos por cerca de um ano e meio, dois anos, a recuperar a estrutura: reativar a energia, trocar as bombas e colocar o sistema para funcionar novamente. Contamos, inclusive, com o apoio do Ministério Público, que ajudou a viabilizar uma solução criativa: os empreendedores que tinham loteamentos prontos para lançar adiantaram as taxas que pagariam futuramente, confiando na gestão. Esse adiantamento, fiscalizado pelo Ministério Público, foi convertido em obras.
Hoje o Paço Municipal está 100% digitalizado. Ele abriga 16 secretarias, ou seja, praticamente toda a estrutura da Prefeitura. Essa transformação foi um verdadeiro choque cultural
Um exemplo marcante foi no bairro Morumbi, uma região mais afastada, de chácaras, super charmosa. Conseguimos levar água tratada até lá. Para isso, foram instalados 12 quilômetros de adutora, partindo da estação de reservação mais próxima. Um desafio enorme que parecia até impossível no início.
Hoje, já viramos essa página. Em janeiro, entramos em um novo patamar: estamos falando de automação. Mesmo em pleno período de estiagem, todos os reservatórios estão cheios. Já estamos planejando as ações para o auge da seca.
Temos hoje três grandes reservatórios: o do Bom Sucesso, o Aras 1 e o Aras 2, sendo este último o maior da região metropolitana, depois apenas do de Goiânia. Quando eles esvaziarem, como é natural nesse período, vamos aproveitar para fazer a limpeza do fundo, já que o assoreamento vai se acumulando ao longo do tempo. Como o sistema é próprio, da Sanesc, temos autonomia para fazer isso e temos investido pesado.
Neste momento, nosso foco tem sido melhorar a pressão da água em alguns bairros onde ela ainda é baixa. E claro: se antes não tinha água, não tinha pressão, e também não havia esgoto. Agora já começamos as ligações de esgoto em vários bairros.
A Sanesc também é responsável pelo esgoto, além da água. Já iniciamos obras nos bairros Jardim Canedo I, Jardim Canedo II, Santa Edwiges e Vila Galvão. Já passamos de duas mil ligações de esgoto. E fazemos o serviço completo: quebramos a calçada, instalamos o encanamento, tampamos a fossa, cimentamos e reformamos a calçada. Tudo bem feito, com cuidado e capricho.
Ton Paulo – É possível afirmar, hoje, que a Prefeitura de Senador Canedo está 100% digitalizada? Como foi essa transição?
Sim, hoje o Paço Municipal está 100% digitalizado. Ele abriga 16 secretarias, ou seja, praticamente toda a estrutura da Prefeitura. Essa transformação foi um verdadeiro choque cultural. Quando assumimos em 2021, ainda estávamos na sede antiga, um prédio completamente inadequado. Enquanto isso, o novo Paço estava abandonado havia 12 anos. Chegamos até a pensar que o prédio estivesse condenado.
Aproveitei que várias secretarias seriam transferidas para o novo espaço para fazer uma reorganização geral. Primeiro, eliminei os aluguéis: tínhamos várias secretarias espalhadas em imóveis alugados, e eu determinei que tudo seria centralizado ali. Pessoalmente, participei do processo de adaptação, algo que, aliás, foi muito prazeroso. Sentei com a arquiteta, com a designer de interiores, e planejamos juntos a ocupação do prédio.
O piso mais acessível, que recebe o maior fluxo de atendimento ao público, ficou com o Ganha Tempo e a Secretaria de Educação, que é a maior de todas. No primeiro andar, distribuímos a maioria das secretarias. Já o segundo andar ficou reservado para o núcleo decisório: Gabinete do Prefeito, Comunicação, Procuradoria, Controle Interno.
Nesse momento, aproveitei para implementar a digitalização total. Proibi a instalação de impressoras nas salas, justamente para forçar a migração para o sistema digital. Sabia que a mudança cultural levaria tempo.
A situação da água na cidade está controlada. Foram investidos cerca de 40 milhões de reais no total
A Procuradora-Geral, por exemplo, que veio de Pirenópolis, comentou: “Nunca trabalhei sem papel.” Hoje, ela mesma está trazendo soluções de software para a gestão da Procuradoria e apresentando inovações com base no que estamos vivenciando aqui.
Claro, no início levamos seis impressoras, com prazo definido para retirá-las. Três já foram removidas. Outro dia tirei mais uma. É um processo gradual, um verdadeiro “desmame”. Mas o pessoal já se adaptou bem ao sistema digital.
E os resultados estão aí: já economizamos cerca de 18 milhões de reais, somando economia com papel, logística e frota. Inclusive, nossa frota foi reduzida de 100 para 60 veículos.
Ton Paulo – Sabemos que muitas prefeituras passaram por transições difíceis. Várias gestões novas assumiram cidades endividadas e com sérios problemas financeiros, como vimos, por exemplo, em Goiânia e Anápolis. Já em Senador Canedo, a gestão foi mantida. Como estão hoje as finanças do município? Qual é a real situação econômica e financeira de Senador Canedo?
Vamos voltar a 2021. Pegamos uma situação muito parecida com a que Goiânia enfrentou na última gestão. Na época, nem conseguimos mapear totalmente a dívida herdada. Ao final desses quatro anos, sabemos que pagamos cerca de 110 milhões de reais em dívidas da gestão anterior.
Só a CMTC, da qual Senador Canedo faz parte, como integrante do consórcio da região metropolitana que subsidia o transporte público, já representava uma dívida de 19 milhões quando assumimos. Isso aconteceu devido aos prejuízos acumulados pelas empresas de transporte durante a pandemia, e a cidade já havia sido condenada judicialmente a arcar com esse valor. É uma quantia bastante significativa, considerando que se trata apenas do transporte coletivo.

Tivemos uma conversa muito séria com a direção da CMTC, e eles nos apresentaram todo o planejamento: troca e renovação da frota, reforma dos terminais, o que, de fato, está acontecendo agora. Senador Canedo, por exemplo, possui 523 abrigos de ônibus. Destes, 20 já são novos, 40 foram reformados, e seguimos com o processo de substituição dos demais.
Reforçando: em 2021, herdamos uma dívida de 110 milhões de reais.
Na época, Senador Canedo sequer possuía nota no CAPAG (Capacidade de Pagamento) — um indicador do Governo Federal. Agora, em 2024, alcançamos um superávit superior a 90 milhões de reais. Tivemos uma receita de 1,6 bilhão, e com superávit.
Com isso, encerramos 2024 com um resultado positivo expressivo e alcançamos a nota máxima no CAPAG: A+. Inclusive, ultrapassamos Rio Verde, que é uma cidade pujante e referência no estado. Isso nos enche de orgulho.
Em relação à folha de pagamento, esse ainda é um grande desafio. Na gestão passada, convocamos dois mil concursados, dos quais mais de mil tomaram posse. Com o crescimento acelerado da cidade, manter a máquina pública eficiente sem inflá-la excessivamente tem sido um cuidado constante, para que a prefeitura não se transforme naquela “velha gorda”.
Pensando nisso, criei neste ano a Secretaria de Gestão de Pessoas, justamente porque a folha de pagamento consome mais de 50% do orçamento municipal. Esse controle é fundamental para garantir equilíbrio fiscal e eficiência na gestão.
Italo Wolff – E nesse momento de fôlego financeiro, no que a cidade tem investido?
Esgoto, hospital, bem-estar animal, tecnologia… São áreas em que ainda temos muito caminho pela frente. No campo da tecnologia, por exemplo, estamos desenvolvendo uma iniciativa inspirada no modelo de Recife: o Conecta Canedo. Trata-se de uma plataforma integrada com o WhatsApp, usando inteligência artificial, para que o cidadão consiga, pelo celular, acessar todos os serviços da Prefeitura de forma simples e prática.
Esse é, hoje, o nosso maior desafio tecnológico. Para que funcione, cada secretaria precisa ter uma carta de serviços bem definida, para que a inteligência artificial compreenda as solicitações e execute o que for pedido de forma eficiente.
Claro que tudo isso tem um custo. Mas estamos investindo pesado em tecnologia. Criei a Secretaria de Inovação Tecnológica e, sinceramente, é fruto de muita teimosia, minha e da equipe. Sem insistência, não se informatiza uma gestão.
Atualmente, Senador Canedo tem uma população em situação de rua quase zerada, resultado de um trabalho efetivo da assistência social. Claro, ainda existem pessoas em situação de rua, moradores de rua de fato. Mas é muito pontual
Eu preciso ter informações em tempo real sobre tudo o que está acontecendo na cidade, para tomar decisões mais assertivas. Ao mesmo tempo, a nossa gestão é muito democrática. Dou autonomia para as secretarias, exijo resultados, mas não fico dizendo como cada coisa deve ser feita. Para isso, coloco pessoas capacitadas nas posições certas.
Como o governador Caiado costuma dizer: “Secretário tem que ser melhor que o prefeito. Se for igual, então o prefeito faz o trabalho dele”. E eu concordo. Cada secretário, na sua área, tem que ser melhor do que eu. Precisa me entregar resultado. E isso tem funcionado muito bem em Senador Canedo.
Italo Wolff – Na área da saúde, como está a construção do hospital municipal?
A obra ficou mais lenta com a virada do ano e toda essa questão política, mas não parou. A gente continua lá, enfrentando os desafios, porque tudo depende de TACs e da liberação de recursos. Um hospital desse porte deve custar entre 60 e 80 milhões de reais, considerando construção e equipagem. E começamos na coragem mesmo, sem ter o dinheiro garantido. Quando conseguimos um TAC, aplicamos imediatamente na obra do hospital.
Agora estamos finalizando o projeto executivo, o que já é um grande avanço. Construir um hospital com 120 leitos é um desafio enorme, principalmente porque a aprovação da Suvisa é bastante rigorosa. Mas o bom é que o projeto já está sendo elaborado praticamente dentro dos critérios de aprovação, o que facilita muito.

Com isso, em breve vamos entrar na fase de licitação. E já estamos conseguindo garantir parte dos recursos necessários. A próxima etapa é construir, e acredito que, muito em breve, a obra vai ganhar ritmo. Vai ser como o Hospital Cora: de repente, quando menos se espera, você olha e o hospital está pronto.
Italo Wolff – O senhor mencionou também a inauguração de alguns CAPS. Aqui em Goiânia, a gente sabe que existe um problema histórico relacionado a esses centros. Como está a situação dos CAPS em Senador Canedo?
Nós já temos um CAPS voltado para transtornos mentais e um CAPS AD (Álcool e Drogas), o que é considerado adequado para uma cidade com 70 mil habitantes. O que estamos planejando agora para o CAPS AD, por exemplo, é a construção de uma sede própria, já que hoje ele funciona em um imóvel alugado. Essa nova sede será ampliada, contará com mais equipes e funcionará 24 horas por dia.
Para uma cidade desse porte, com a realidade que temos aqui, isso é essencial. Atualmente, Senador Canedo tem uma população em situação de rua quase zerada, resultado de um trabalho efetivo da assistência social. Claro, ainda existem pessoas em situação de rua, moradores de rua de fato. Mas é muito pontual.
Sempre que passo por uma das praças principais, e vejo alguém nessa condição, a assistência social é acionada imediatamente. Nesses casos, a equipe vai até o local acompanhada da guarda municipal. A abordagem é feita com cuidado: identificam a pessoa, verificam a situação, fazem o cadastro, até porque pode ocorrer de aparecer alguém foragido ou em situação irregular. E, muitas vezes, já oferecem ajuda ali mesmo: “O senhor está precisando de alguma coisa? Quer ir até o CAPS? Ou até o CRAS?”
A ideia é justamente não permitir que a pessoa permaneça naquela situação por muito tempo. Porque estar em situação de rua é quase sempre um reflexo de uma falência social. E o papel do poder público é atuar com presença, tanto da Prefeitura quanto da Guarda, oferecendo apoio, dignidade e caminhos de reintegração. Esse novo CAPS também contará com estrutura para internações de curto prazo, o que é um grande avanço. A previsão de entrega é para janeiro.
Ton Paulo – Como está a situação da coleta e destinação de resíduos em Senador Canedo hoje? O município tem espaços adequados para o tratamento de lixo?
Senador Canedo hoje já tem essa situação controlada. Construímos a segunda vala do aterro, que tem uma vida útil estimada de mais quatro anos. No entanto, a cidade produz cerca de 117 toneladas de resíduos domésticos por dia, o que corresponde a aproximadamente 3.200 toneladas por mês, uma média de 1.200 quilos por habitante por dia. É um volume muito grande de lixo doméstico.
Apesar de termos coleta seletiva e o serviço de cata-treco, ainda misturamos os resíduos, o que significa que estamos enterrando dinheiro. O aterro licenciado está com toda a documentação em dia, mas é uma pena depositar todo esse lixo doméstico, misturando orgânico, plástico e metal.
Por isso, solicitamos uma proposta a uma empresa local para realizar a separação e o processamento dos resíduos. Também estou agendando uma visita a Jacarezinho, onde existe uma usina que transforma o lixo orgânico em gás, mais especificamente biometano. Nesse modelo, a prefeitura participa como sócia, e a usina repassa 10% do valor da venda do gás gerado a partir do lixo para o município. Assim, em vez de gastar dinheiro com o manejo do lixo, a prefeitura passa a receber recursos.
Italo Wolff – Também nessa área de cuidado com a cidade, o que podemos destacar sobre a zeladoria da cidade?
A zeladoria foi uma grande responsável pela boa avaliação do prefeito nessa nossa primeira gestão. Então, sim, é um ponto de atenção muito importante: o dever de casa básico é manter a cidade limpa, iluminada e com o mínimo possível de buracos. E nesse papel, conseguimos cumprir nosso dever a ponto de a população reconhecer esse esforço.
Para você ter uma ideia, no contrato com a empresa responsável pela varredura, aumentamos o escopo para que eles também limpassem as calçadas. Às vezes, varriam apenas o cantinho da rua, deixando a calçada suja. Na época, foi algo “revolucionário”, embora simples: varrer também a calçada. Esse é um dos aspectos essenciais quando falamos de zeladoria.
Hoje, a população percebe que, se houver um buraco, ele será tapado; se uma lâmpada queimar, será trocada; se estiver sujo, será limpo. Isso melhora muito a relação do povo com o prefeito
Para mim, isso tem relação direta com a autoestima da população. Uma cidade suja, com ruas esburacadas ou lâmpadas queimadas que nunca são trocadas, passa a sensação de que o poder público não existe. Por isso, desde o começo, essa foi uma preocupação constante. Graças a Deus, tanto a Secretaria de Infraestrutura quanto as empresas responsáveis pelo serviço têm sido muito competentes.
No início, enfrentamos dificuldades, mas a primeira atitude foi limpar. Procurei não chamar muita atenção para isso, nem puxar a orelha da população; simplesmente começamos a limpar. Aos poucos, sensibilizamos a comunidade para que ajudasse, porque acredito que o consumo deve ter aumentado com toda a riqueza que Senador Canedo vem vivendo e o crescimento populacional que a cidade tem tido.

Hoje, a população percebe que, se houver um buraco, ele será tapado; se uma lâmpada queimar, será trocada; se estiver sujo, será limpo. Isso melhora muito a relação do povo com o prefeito, porque as pessoas sabem que aquele serviço não deixa mais a sensação de abandono, seja no centro da cidade, seja nas regiões com mais movimento.
Ton Paulo – Na questão de educação, o Ideb hoje da cidade é de 5,2, que ainda está abaixo da meta, de 5,7. O que vocês pretendem fazer para melhorar esse índice?
A pandemia causou um estrago muito grande na educação, não só em Senador Canedo, mas de forma geral. Ainda estamos em processo de recuperação. Além disso, herdamos uma situação que até hoje me preocupa bastante: a infraestrutura das escolas. Tanto que vamos colocar um subsecretário na Educação especializado especificamente em infraestrutura escolar.
Nunca me esqueço: em dias de chuva, formava-se uma verdadeira “cachoeira” dentro de sala de aula. Hoje temos 52 escolas e vamos inaugurar a 53ª agora em agosto. Ainda temos, inclusive, escolas construídas com placas pré-moldadas. Ou seja, a infraestrutura era um dos principais problemas. E claro, isso se soma a outros fatores como transporte, merenda… Tudo isso influencia diretamente no desempenho do aluno e, consequentemente, na nota dele.
Hoje conseguimos entregar kits escolares completos e de qualidade, além do uniforme completo para todos os alunos. Implantamos laboratórios móveis em todas as unidades e já reformamos 80% das escolas da rede. Ainda não está como eu gostaria, mas já começamos a instalar ar-condicionado, pelo menos nos berçários, garantindo mais conforto térmico.
Nosso objetivo agora é, até o final do ano que vem, ter todas as escolas renovadas.
Com isso, criamos as condições necessárias para melhorar nosso IDEB, que de fato precisa avançar. Também temos apostado fortemente na qualificação dos professores. A nossa atual secretária tem conduzido esse trabalho de forma muito interessante. Antes, os cursos de formação, aqueles encontros preparatórios para o início do ano letivo — reuniam todos os educadores juntos. Agora, ela organiza essas formações por segmento, conforme os anos de atuação dos docentes.
Neste ano, começamos com duas escolas em tempo integral, que estão funcionando como projetos-piloto, verdadeiros laboratórios para testar e aperfeiçoar esse novo modelo de ensino.
Italo Wolff – Senador Canedo é a cidade com mais de 100 mil habitantes que mais cresceu no Brasil, conforme dados do ano passado. Sobretudo com a chegada de pessoas de fora. Ao que o senhor atribui esse fenômeno?
São vários os fatores que contribuem para isso: a proximidade com a capital, o custo de vida mais baixo, entre outros. Senador Canedo é cercada por nove rodovias e, hoje, estamos a apenas 20 minutos do aeroporto, ao lado do autódromo. Ou seja, do ponto de vista de localização e logística, a cidade é extremamente privilegiada, com a vantagem de oferecer um custo de vida menor e mais segurança.
Entre 2022 e 2024, conseguimos reduzir os índices de criminalidade em 48%. Todas as escolas do município possuem câmeras de monitoramento, assim como os postos de saúde, a unidade de pronto-socorro e demais equipamentos públicos. Instalamos também botões de pânico, que acionam a Guarda Municipal imediatamente. Por isso, o tempo de resposta da guarda está entre 3 e 5 minutos. Quando assumimos, tínhamos apenas cinco viaturas; hoje são 10, com 190 guardas estrategicamente distribuídos por toda a cidade. Sem contar o apoio essencial do videomonitoramento, que tem sido uma ferramenta poderosa. Senador Canedo é, de fato, uma cidade segura.
E hoje também contamos com a Clínica Teia, que, para mim, foi uma das entregas mais importantes deste ano. A questão do autismo tem se tornado cada vez mais presente com o aumento dos diagnósticos, o que representa um grande desafio para as famílias. Muitos pais atípicos não sabem por onde começar: “Minha criança tem autismo. E agora?” O tratamento na rede particular é extremamente caro, e na rede pública quase não há oferta.
Felizmente, tivemos um apoio muito forte do senador Jorge Kajuru, que destinou recursos para tornar a clínica possível.
Atualmente, são realizados cerca de 600 atendimentos por mês, 600 sessões, voltadas para crianças de até 7 anos, 11 meses e 29 dias. A partir dos 8 anos, esse atendimento será assumido pelo novo Centro de Especialidades, cuja inauguração está prevista para agosto ou setembro. Com isso, ampliaremos o cuidado também para crianças mais velhas.
Ton Paulo – O senhor foi reeleito prefeito de Senador Canedo pela base do governador Ronaldo Caiado, que ano que vem deve ser candidato à presidência da República. Já o vice, Daniel Vilela, deve ser candidato ao governo de Goiás. O senhor estará no projeto deles?
Eu já estou nesse projeto. A gente tem uma gratidão muito grande ao governador Ronaldo Caiado, que sempre nos apoiou, tanto politicamente quanto com ações concretas do governo do Estado em Senador Canedo. Qualquer serviço estadual disponível em Goiás está implantado na nossa cidade, e isso facilita muito a vida do prefeito. Não é só pela política ou gratidão, é pelo impacto real que o apoio do governo tem trazido para o avanço social do município.
Tenho orgulho de trabalhar ao lado do Caiado, seja qual for o cargo ao qual ele se candidatar, inclusive para presidente. O mesmo vale para o vice-governador Daniel Vilela. É um governo que trabalha, e dá gosto apoiar.
Faço política com trabalho. Sou fisioterapeuta concursado e só aceitei ser candidato a prefeito porque estava bem nas pesquisas, justamente por causa do serviço prestado. A reeleição também foi fruto de muito esforço. Enquanto muitos estavam só falando de política, nós mostramos com clareza o que conseguimos realizar, mesmo com dificuldade. O povo está cansado de politicagem, e nosso foco sempre foi entregar resultado.
É nessa linha que seguimos. Por isso, além do apoio político, tenho admiração pessoal pelo Caiado e pelo Daniel, pelas entregas que eles proporcionaram à nossa cidade. Todo projeto feito em parceria com os dois é referência para nós. Agora que estou reeleito, não pretendo ser candidato em 2026. Minha intenção é seguir apoiando o governador Ronaldo Caiado e o Daniel Vilela.