Situação de hospitais privados é ainda mais grave que do Sistema Único de Saúde (SUS)

Pacientes com coronavírus em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no hospital Gilberto Novaes, em Manaus (AM) | Imagem: Michael Dantas/AFP

Um documento emitido pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) aponta que em agosto de 2020 o Ministério da Saúde cancelou uma compra internacional de insumos para o kit entubação.

O CNS é um órgão ligado ao Ministério da Saúde que acompanha, monitora e fiscaliza as políticas públicas de Saúde.

No ofício, o CNS apontava um cenário de desabastecimento de medicamentos do kit entubação, como ocorre atualmente.

“Considerando que o desabastecimento desses medicamentos coloca em risco toda a estrutura planejada para o atendimento de saúde durante a pandemia do novo coronavírus, pois mesmo com leitos disponíveis, sem esses medicamentos não é possível realizar o procedimento, podendo levar todo o sistema de saúde ao colapso”, descreve trecho do relatório.

No documento, CNS pede ao Ministério da Saúde e outros órgãos a agilidade na compra dos medicamentos.

Na sexta-feira, 19, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) divulgou carta aberta pedindo medidas urgentes ao Ministério da Saúde diante da falta de medicamentos para entubação de pacientes graves com Covid-19. Uma listagem levantada pela associação apontou que três dos seis medicamentos utilizados no procedimento de entubação tem estoque para apenas quatro dias.

“Entendemos a preocupação do governo em garantir os insumos necessários para a atenção aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), mas a situação do setor privado também é bastante preocupante e, certamente, atingirá o seu ápice nos próximos dias”, afirmou a Anahp na carta.

De acordo com o Ministério de Saúde, foi solicitado na quarta-feira, 17, 665,5 mil medicamentos para entubação referente a 15 dias. Segundo o MS, esse pedido será somado ao estoque anteriormente contratado.

A Anvisa, órgão vinculado ao Ministério da Saúde, afirmou que busca novos fornecedores e se comprometeu com a divulgação de medidas regulatórias emergenciais para o enfrentamento da escassez de medicamentos para entubação e suporte ventilatório de pacientes graves.