As exportações de carne bovina em Goiás atingiram US$ 2 bilhões entre janeiro e novembro de 2025, crescimento de 25% em relação ao mesmo período do ano anterior, apontam dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO). O estado embarcou 410.605 toneladas, alta de 11% , consolidando-se entre os principais pólos exportadores do país, mesmo com leve redução na participação relativa no total nacional.

De acordo com a ABRAFRIGO, Goiás respondeu por 11,3% do volume total exportado pelo Brasil e 12,1% da receita nacional até novembro de 2025. No mesmo intervalo de 2024, a participação goiana havia sido maior, com 12,5% do volume e 13,3% da receita, quando o estado exportou 368.650 toneladas e faturou US$ 1,604 bilhões.

Apesar da ligeira perda de participação, os números indicam fortalecimento do valor agregado das exportações goianas. O avanço mais intenso da receita em relação ao volume reflete a elevação dos preços médios da carne bovina no mercado internacional, movimento associado à valorização do boi gordo e à oferta mais restrita de animais no Brasil, em função do ciclo pecuário.

No cenário nacional, o desempenho de Goiás acompanha um ano histórico para o setor. As exportações brasileiras de carne bovina somaram US$ 16,53 bilhões até novembro de 2025, crescimento de 37,5% frente ao mesmo período de 2024, com embarques de 3,51 milhões de toneladas (+19%). Apenas em novembro, as vendas externas alcançaram US$ 1,874 bilhão, alta de 50% na comparação anual.

Principal comprador

A China manteve-se como principal destino da carne bovina brasileira e concentrou mais da metade das exportações de carne in natura no acumulado do ano, puxando a alta dos preços médios. Outros mercados, como Estados Unidos, União Europeia, México, Chile e Rússia, também contribuíram para a expansão das vendas, ainda que com comportamentos distintos ao longo do ano.

Para analistas do setor, o desempenho de Goiás evidencia a competitividade do parque frigorífico instalado no estado e sua inserção estratégica no comércio exterior. Ao mesmo tempo, a redução marginal da participação no total nacional indica maior concorrência entre estados exportadores, em um contexto de forte crescimento da oferta brasileira ao mercado internacional.

Com a expectativa de fechamento de 2025 acima de US$ 18 bilhões em exportações de carne bovina no país, o desafio para Goiás e para o Brasil em 2026 será manter o ritmo diante de um ambiente externo mais complexo, marcado por discussões sobre salvaguardas comerciais, exigências ambientais e possíveis restrições em mercados estratégicos.

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