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Forças americanas realizaram mais um ataque a uma embarcação suspeita de transportar drogas no Oceano Pacífico, informou o Pentágono nesta quarta-feira, 22. Segundo o secretário de Defesa, Pete Hegseth, três pessoas a bordo morreram. Nenhum militar dos Estados Unidos ficou ferido.

De acordo com Hegseth, o barco era monitorado pela inteligência americana e utilizava uma rota internacional conhecida pelo tráfico de drogas. O ataque ocorreu cerca de oito horas após outra embarcação ter sido alvejada, resultando em duas mortes. Fontes da rede “CBS” informaram que o novo ataque aconteceu em águas internacionais próximas à Colômbia.

Essas ações marcam o oitavo e o nono ataques americanos desde 2 de setembro contra embarcações acusadas de envolvimento com o tráfico, mas são os primeiros realizados no Pacífico.

“Hoje, sob direção do presidente Trump, o Departamento de Guerra realizou mais um ataque letal contra uma embarcação operada por uma organização terrorista designada”, escreveu Hegseth na rede X (antigo Twitter). Ele publicou um vídeo que mostra um barco em chamas após ser atingido por bombas americanas e declarou que as operações continuarão “dia após dia”.

Segundo Trump, os ataques têm respaldo legal para ocorrer em águas internacionais. O presidente afirmou, contudo, que poderá recorrer ao Congresso caso decida expandir as operações para território terrestre. “Estamos totalmente preparados para isso”, disse, classificando as ações como uma “questão de segurança nacional”.

Ao lado de Trump, o secretário de Estado, Marco Rubio, reforçou a justificativa: “Se querem que os barcos parem de explodir, parem de enviar drogas para os Estados Unidos”.

Nos últimos dois meses, ao menos 37 pessoas morreram nos ataques americanos a embarcações acusadas de tráfico, incluindo a destruição de um semissubmersível no Caribe. Dois sobreviventes, um colombiano e um equatoriano, foram repatriados; o equatoriano acabou sendo liberado por falta de provas.

O governo americano argumenta que as ofensivas são parte de uma “guerra contra o narcoterrorismo”, classificando diversos cartéis como organizações terroristas. Críticos, porém, alertam que as ações ampliam tensões diplomáticas, especialmente com a Colômbia — historicamente aliada de Washington. Trump chegou a chamar o presidente colombiano, Gustavo Petro, de “bandido” e ameaçou adotar “medidas sérias” contra o país.

Segundo a Agência Antidrogas dos EUA (DEA), a maior parte da cocaína enviada aos Estados Unidos segue por rotas no Pacífico, passando pela América Central e pelo México. O Caribe, embora também utilizado, responde por uma fatia menor das apreensões. Até agora, autoridades americanas não divulgaram a identidade das vítimas nem os grupos aos quais pertenciam.

As operações antidrogas contam com cerca de 10 mil militares americanos, além de dezenas de aviões e embarcações de guerra mobilizados na região.