“Eu me curvo à decisão dos prefeitos”, diz Caiado em reunião
18 maio 2020 às 20h25

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Governador diz que coronavírus foi politizado, mas que o estado se propõe a auxiliar prefeitos nas decisões que tomarem sobre medidas de contenção da pandemia

Em reunião com 32 prefeitos de municípios goianos, transmitida ao vivo pelo Facebook, no final da tarde desta segunda-feira, 18, o governador Ronaldo Caiado (DEM) disse que irá se curvar à decisão dos mandatários locais. Ele também falou que houve politização da pandemia de coronavírus e que decreto poderia virar “letra morta”.
Caiado alertou para a possibilidade de haver aumento de contaminação por coronavírus a partir da Região Norte do país. O que pode deixar o sistema de saúde do norte goiano colapsado. O governador salientou que várias cidades do Tocantins já decretam lockdown devido o crescimento de casos de Covid-19 no Pará.
Assim, municípios como Porangatu e Campos Belos de Goiás, na divisa com o Tocantins, ficariam desassistidos, pois não há leitos e equipamentos suficientes na região.
“Não adianta ter excesso de leito em Goiânia. Um doente de síndrome respiratória aguda grave não aguenta uma viagem de 500 km a partir do norte goiano”, explicou. “Não temos regionalização no nosso sistema de saúde. Só temos hospitais de média e alta complexidade em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis”, apontou o governador.
Caiado, no entanto, salientou que vai fortalecer os hospitais dos pontos considerados mais críticos do estado. “Como governador vou atuar nas regiões mais críticas, como o Entorno, e abrir o mínimo de apoio de Porangatu. Não tem como atender de imediato a Campos Belos, infelizmente. São Luiz de Montes Belos vou tentar dar um suporte”.
Após a fala de Caiado, ele abriu a palavra para que os prefeitos se manifestassem e sugerissem medidas para o enfrentamento ao coronavírus no estado.
Prefeitos
O prefeito Iris Rezende (MDB) salientou que a parceria entre o município o governo estadual está ajudando “a conter o vírus”. Ele lembrou que dos 40 leitos preparados para receber pacientes de Covid-19 no Hospital e Maternidade Célia Câmara apenas 18 ocupadas. Isso mostraria, segundo ele, que a contenção da doença está dando certo.
“Nunca vivi um momento tão preocupante quanto o que estamos vivendo. Com ação do governo estadual e da prefeitura estamos conseguindo conter o avanço da doença. A população está atendendo o nosso apelo”, afirmou.
Gustavo Mendanha (MDB), prefeito de Aparecida de Goiânia, salientou que o município “fez o dever de casa”, ao aumentar a capacidade de leitos, ampliar número de testes nos habitantes e firmar parceria com o Hospital Sírio Libanês e que estuda um escalonamento para o funcionamento do comércio.
“Não solicitamos mais leitos do Hospital de Campanha para contribuir com as cidades do Entorno ou que não tem leitos. Fizemos fechamentos de praças e parques e estamos discutindo escalonamento, mas por segmentos em vez de horários. Tudo isso aliado com rigorosa fiscalização. Aparecida de Goiânia está em um momento diferente no estado”, diz.