Estudo aponta que alimento abundante na culinária brasileira pode reduzir em 20% risco de câncer de intestino, entenda

22 agosto 2025 às 16h56

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Um estudo realizado por pesquisadores chineses e publicado na revista científica BMC Gastroenterology identificou que o consumo regular de vegetais crucíferos, como brócolis, couve-flor, couve e repolho, pode reduzir em até 20% o risco de desenvolvimento do câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal.
A análise considerou dados de 17 estudos realizados em diferentes países, reunindo informações de 639.539 participantes e 97.595 casos da doença. Os cientistas da Inner Mongolia University for the Nationalities, em Yakeshi, observaram que a ingestão mínima de 20 gramas diários desses alimentos já demonstrava efeito protetor, enquanto o consumo entre 40g e 60g representou a maior redução de risco. Acima dessa quantidade, não foram observados benefícios adicionais.
Segundo os autores, os vegetais crucíferos possuem compostos bioativos, como glucosinolatos, que produzem substâncias capazes de induzir a morte de células cancerígenas e inibir enzimas que ativam carcinógenos. Além disso, são ricos em fibras, vitamina C, carotenoides e flavonoides, reconhecidos por suas propriedades anticâncer.
O câncer colorretal é o terceiro mais comum no mundo (atrás apenas dos tumores de mama e pulmão) e o segundo que mais mata, de acordo com a Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), da Organização Mundial da Saúde (OMS). Anualmente, a doença é responsável por cerca de 1,9 milhão de novos casos e 903 mil mortes em todo o planeta.
Nos últimos anos, médicos e pesquisadores têm alertado para o aumento da incidência da doença entre pessoas mais jovens, associando o crescimento a fatores de risco como alimentação baseada em ultraprocessados, consumo de álcool e sedentarismo. Por outro lado, hábitos como a prática de atividades físicas e uma dieta equilibrada são considerados mecanismos de proteção.
Para a professora Vijaya Surampudi, da Divisão de Nutrição Humana da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), os resultados reforçam evidências já conhecidas sobre os benefícios dos vegetais crucíferos. “O brócolis, especificamente, contém grande quantidade de sulforafano, um fitoquímico associado à redução do risco não apenas do câncer de intestino, mas também de próstata, mama e boca”, afirmou.
Os autores do estudo destacam que os achados devem servir de base para estratégias de prevenção clínica e orientações de saúde pública no combate ao câncer colorretal, que segue sendo um dos maiores desafios de saúde global.
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