Espaços para acolhimento de vítimas de violência de gênero têm aprovação de 90%; crimes caíram até 23,3% em Goiás
02 agosto 2025 às 09h05

COMPARTILHAR
As Salas Lilás, espaços especializados no acolhimento humanizado de vítimas de violência de gênero, atingiu um índice de aprovação superior a 90%. Os dados são do Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e da Polícia Científica.
A pesquisa de satisfação, realizada entre março e julho de 2025, ouviu mulheres, crianças, adolescentes e pessoas LGBTQIAPN+ atendidas nas unidades.
Entre os principais resultados da pesquisa:
- 87,9% das pessoas atendidas se declararam totalmente satisfeitas com o atendimento médico.
- 90,9% avaliaram como totalmente satisfatório o atendimento de outros profissionais de saúde.
- 84,8% aprovaram totalmente o espaço físico.
- 42,5% registraram elogios espontâneos à equipe.
“Essas unidades desempenham um papel fundamental no enfrentamento à revitimização e no acolhimento digno das vítimas em momentos de grande sofrimento”, afirmou o secretário de Saúde, Rasível Santos.
Redução de feminicídios e estupros em Goiás
A atuação das Salas Lilás também se alinha a uma tendência positiva de redução dos índices de feminicídio e estupro no estado de Goiás, conforme dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO). Em 2018, o estado registrou:
- 30 casos de feminicídio, número que caiu para 23 em 2025, representando uma redução de 23,3%.
- 403 casos de estupro, número que caiu para 340 em 2025, uma redução de 15,6%.
“Ao oferecer escuta qualificada e atendimento multidisciplinar, contribuímos para o rompimento do ciclo da violência e para a responsabilização dos agressores”, ressaltou o superintendente da Polícia Científica, Ricardo Matos.
As Salas Lilás são implantadas em unidades de Medicina Legal da Polícia Científica e oferecem um ambiente acolhedor, seguro e com privacidade. A proposta é integrar os serviços de saúde com os procedimentos médico-legais.
Desde a criação do projeto, em 2021, mais de 8.129 pessoas foram atendidas. A estrutura conta com uma equipe multiprofissional composta por médicas legistas, policiais civis mulheres, psicólogas, assistentes sociais, enfermeiras e técnicas de enfermagem.
Atualmente, 44 servidoras da SES estão designadas ao programa por meio da Gerência de Atenção às Populações Específicas (GERPOP). A cor lilás, símbolo da luta contra a violência de gênero, inspira o nome do projeto.
