Entrada do Brasil na OCDE “melhora estatura do país no exterior”, afirma Meirelles
09 junho 2017 às 17h48

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Ministro da Fazenda participou de um evento no Clube Naval de Brasília e comentou sobre a entrada do Brasil na OCDE, além da retomada do crescimento econômico

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), participou, por meio de uma gravação, do seminário “Nosso mar: a perspectiva brasileira sobre o Atlântico Sul”, realizado no Clube Naval de Brasília na quarta-feira, 7. A ausência do chefe da pasta econômica se deu em decorrência de uma viagem a Paris, onde ele se encontra para a reunião da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), uma espécie de clube dos países ricos.
Fundada em 1961, a OCDE é uma organização governamental que conta com um orçamento de 370 milhões de euros e 35 membros, que, juntos, representam 70% da economia mundial. A sua missão, segundo consta em seu site, é “promover políticas de melhoria do bem-estar social e econômico das pessoas ao redor do mundo”. Dentre os membros, destacam-se os Estados Unidos, a Alemanha e o Japão. Detentora da segunda maior economia do mundo, a China não integra o seleto grupo, do qual o Brasil deve ser partícipe em breve.
Há pouco mais de uma semana, o governo brasileiro formalizou o pedido de adesão à OCDE. “Estamos nos trâmites para fazer parte dos membros titulares”, frisou Meirelles. O conselho da organização deve analisar a solicitação nesta segunda-feira, 12. Uma vez aprovado, será instaurado um processo de negociação, cuja previsão de conclusão é de aproximadamente três anos. Neste período, grupos de trabalho se encarregarão de analisar se o Brasil preenche os requisitos para a entrada na OCDE, como o respeito as suas recomendações e tratados no tocante à economia, educação, meio-ambiente e saúde.
Meirelles se mostrou otimista em relação aos benefícios que a adesão pode trazer ao Brasil. “[A entrada] melhora as funções de crédito e a estatura do país no exterior”, podendo angariar também em uma maior atração de investimento estrangeiro à medida em que o crescimento econômico é retomado. Para o ministro, “estamos no caminho certo”.
Crescimento econômico
“O Brasil viveu nos anos de 2015 e 2016 a maior recessão de sua história. Não só em duração como em tamanho”, ressalta Henrique Meirelles. Secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda e assessor econômico do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), Mansueto Facundo de Almeida Júnior se fez presente no seminário e argumenta ter sido anormal a queda do PIB em 8% durante dois anos consecutivos.
Contudo, segundo Meirelles, essa crise já está superada e as perspectivas são de crescimento para o restante do ano, entrando 2018 em ascensão. “O Brasil está em uma rota de crescimento com a inflação abaixo de 4% e o governo federal está tomando as medidas necessárias para melhorar a economia, limitando os gatos públicos e aprovando as reformas necessárias [Trabalhista e da Previdência]”.
De acordo com o economista, o Brasil tende a crescer de uma forma mais sustentável. “Estamos construindo um patamar para a economia que vai permitir que o Brasil cresça de maneira sustentável com o aumento da renda, a inflação baixa e o crescimento do emprego, oferecendo oportunidades tanto pessoais quanto profissionais”.
“É normal que se cresça muito, dê uma acomodada e volte a crescer”, destaca Meirelles ao comentar que o crescimento pode vir a não ser linear. Sobre o Atlântico Sul, tema do evento, Henrique Meirelles sublinhou que a “a presença brasileira no Atlântico Sul tem que ser cada vez mais forte refletindo o desenvolvimento econômico do Brasil”, salientando a importância da região para a exploração do pré-sal.