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Coordenador-Geral do Ensino Médio no MEC, goiano Wisley Pereira condena críticas prematuras à proposta de reestruturação e diz que momento deve ser de tranquilidade

Prestes a assumir oficialmente a Coordenação-Geral do Ensino Médio no Ministério da Educação (MEC), um dos cargos mais importantes da pasta, o goiano Wisley Pereira já tem cumprido agenda em Brasília. Entre uma reunião e outra, o professor atendeu ao Jornal Opção nesta sexta-feira (23/9) para falar sobre a medida provisória (MP) anunciada pelo governo federal na última quinta (22) que prevê a reestruturação e flexibilização do ensino médio.

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“É preciso deixar claro: nenhuma matéria será cortada”, enfatiza Wisley, antes de falar sobre a reforma, que vem sendo alvo de críticas e de previsões de fracasso. Ele destaca que todas disciplinas estarão incluídas de alguma forma nas ênfases definidas na MP, e lembra que todas as discussões sobre a possível nova disposição curricular serão levadas em conta no momento da definição da Base Nacional Comum.

De acordo com a proposta, cerca de 1,2 mil horas, metade do tempo total do ensino médio, serão destinadas ao conteúdo obrigatório definido pela base nacional. No restante da formação, os alunos poderão escolher seguir cinco trajetórias: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional.

Conforme o professor, o novo modelo abre a grade de disciplinas e passa a oferecer aos alunos uma base sólida na escolha de seu projeto de vida. “Esta é uma tendência mundial. A escola está organizada hoje para atender somente a demanda dos professores. Com a MP, passaremos a atender os alunos”, diz.

Wisley também classifica as críticas ao projeto como imaturas e condena o “desespero prematuro” das redes sociais. “É preciso tranquilidade neste momento. É algo novo, e tudo que é novo assusta. Não podemos ficar muito no desespero das redes sociais. Temos olhar de que maneira iremos nos beneficiar com esse novo modelo”, enfatiza.

Durante entrevista, o futuro coordenador também reiterou o que já havia dito à reportagem em outra ocasião: “o atual modelo do ensino médio está fadado ao fracasso”. Para reforçar a necessidade de mudança, ele destaca os resultados obtidos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que apontam para uma estagnação do ensino médio brasileiro desde 2011.

“O que a medida provisória faz é acelerar a implantação desse novo modelo. Hoje nem as escolas particulares conseguem atingir as metas e isso acontece porque o modelo é ultrapassado”, arremata.