Enel Distribuição Goiás pode contratar empresa que não cumpre com direitos trabalhistas
19 julho 2018 às 17h50

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Sindicatos laborais já denunciam Graber, empresa de segurança que pode ser contratada

Os presidentes dos Sindicatos dos Vigilantes do Estado de Goiás (Seesvig) e dos Vigilantes de Goiânia (Sindvig) acusam que a Enel, responsável pelo fornecimento de energia elétrica em Goiás, está contratando a Graber, empresa de segurança já denunciada por não cumprir com a convenção coletiva da categoria para fazer os serviços de vigilância, portaria e supervisão na distribuidora.
A denúncia formalizada é da Seesvig por meio de funcionários da Graber Segurança. Eles informaram que a empresa descumpre a convenção coletiva em diversos itens como, por exemplo, o pagamento de adicional noturno incorreto, a não liberação do profissional para gozo da hora intra jornada, não pagamento de benefício social, dentre outros.
Na última segunda-feira (16/7) a Graber também foi denunciada pelos sindicatos no Ministério Público do Trabalho (MPT) por descumprir a convenção coletiva da categoria.
Os sindicatos afirmaram que já notificaram a Enel sobre o caso, mas mesmo assim disseram que a empresa está prestes a assumir o contrato e a responsabilidade pelos mais de 200 profissionais que hoje já desempenham suas funções na distribuidora de energia.
Com isso, “os trabalhadores estão perdendo quase 20% do salário em benefícios não pagos corretamente pela contratante”, calcula Esli Geremias Feitosa, presidente do SINDVIG. Esse prejuízo se estende à concorrência desleal que a empresa pratica no mercado.
De acordo com o presidente do SEESVIG, Tomé da Conceição, “a Graber deixa de pagar os direitos dos trabalhadores e usa essa margem para participar de licitações e bagunçar o mercado”.
Esli reforça que a preocupação dos sindicatos laborais é com a garantia dos direitos dos trabalhadores assistidos na convenção coletiva da categoria. Para Tomé, a pergunta que se faz agora é se a Enel vai seguir com essa contratação da Graber, mesmo ela não tendo regularidade sindical, descumprindo assim regra imposta pela própria distribuidora.
Caso isso aconteça, Tomé diz que a Enel deixaria à margem dos seus direitos os mais de 200 trabalhadores que hoje atuam na empresa. “A irresponsabilidade da empresa gera responsabilidade do contratante, no caso, a Enel, porque ela foi informada antecipadamente dos problemas envolvendo a Graber”, analisa.
A reportagem entrou em contato com a Enel Goiás que esclareceu, por meio de nota, que realiza a contratação das empresas prestadoras de serviços por meio de licitação. “A companhia informa ainda que está em processo de contratação da nova empresa de vigilância”, diz o informe.
Já a Graber Segurança entrou em contato com os sindicatos pedindo as certidões de regularidade. Os sindicatos solicitaram uma série de documentos da empresa que, até o momento não foram apresentados.