Encerramento da conta centralizadora pode desequilibrar Governo de Goiás
17 junho 2019 às 18h07

COMPARTILHAR
Segundo auditor, nas gestões passadas essa demanda era meramente recomendada e, agora, ainda no começo da nova administração, é pedida a finalização em 30 dias

Um auditor, que pediu para não se identificar, diz que a determinação do Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) para o encerramento da conta centralizadora em 30 dias causou estranheza. Isso, porque nas gestões passadas, a situação era apenas recomendada. “Isso é algo que salta aos olhos e pode desequilibrar. Tem que haver um tempo maior para o planejamento”.
A fonte explica, ainda, que o governo do Marconi criou essa conta centralizadora, em 2000, 2001, e que, na verdade, abarcava todos os fundos. “Imagine que você tenha uma conta, sua esposa outra e seu filho outra. E você centralizou tudo em uma só. Aí usa dinheiro do filho, da mulher… Tudo misturado”, foi exemplificado.
Segundo informado, o dinheiro que é carimbado de alguma situação, como fundo de saúde, habitacional, se mistura. “De repente está pagando servidor com dinheiro que é rubrica carimbada… Na contabilidade está constando que o dinheiro está lá. Mas hoje, por exemplo, não está. Foi usado para outra coisa. Ou seja, bagunça tudo”.
Entenda
Além disso, foram sancionadas multas três ex-secretários da Fazenda pelo conselheiro e relator, Kennedy Trindade: Simão Cirineu, José Taveira e Ana Carla Abrão Costa. E, ainda, para Antônio Faleiros Filho e Halim Girade, ex-secretários da Saúde.
Também tiveram as mesmas determinações: dois ex-superintendentes do Tesouro Estadual: Ivo Cezar Vilela e Murilo Luciano Souza Barbosa; e dois ex-superintendentes de Gestão, Planejamento e Finanças da Secretaria da Saúde.

Prazos
A auditoria de 2015, aprovada por unanimidade na quarta-feira, 12, apontou irregularidades cometidas no gerenciamento de verbas públicas na chamada conta centralizadora. Os sentenciados a pagar multa terão 15 dias de prazo para comprovação do pagamento ou apresentação de recurso.
As multas, pontua-se, foram fixadas aos ex-secretários em 30% do valor de referência fixada pelo Tribunal de Contas e de 10% para os então superintendentes, variando de R$ 56 a R$ 60 mil. O não cumprimento dos prazos implica inscrição em dívida ativa e execução judicial.
Além disso, caberá à atual secretária, Cristiane Schmidt, prazo de 30 dias para apresentar um plano de ação, contendo, no mínimo, as medidas a serem adotadas, além do encerramento da conta. À época da determinação, a titular informou que já havia orientado a secretaria a seguir o recomendado.