Empresário investigado por ligação com o PCC fez doação ao PSD do Paraná

01 setembro 2025 às 16h36

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O empresário Rafael Renard Gineste, apontado pela Polícia Federal como integrante do núcleo financeiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) e preso na última quinta-feira, 28, durante a Operação Tank, aparece como doador da campanha municipal de 2024 ao Diretório Estadual do PSD no Paraná. Segundo registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as contribuições somaram R$ 6 mil.
Os repasses foram feitos por Pix em duas transferências: uma de R$ 4,5 mil, em 26 de agosto, e outra de R$ 1,5 mil, em 5 de setembro. No período, o partido estava sob a presidência formal do deputado federal eleito Sandro Alex, atual secretário de Infraestrutura e Logística do governo estadual. Já o governador Ratinho Júnior figurava como “presidente licenciado” da legenda.
A reportagem entrou em contato com a direção estadual do PSD, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. A defesa de Gineste também não foi localizada.
Na manhã da operação, realizada em conjunto pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), Receita Federal e PF, Gineste tentou escapar em uma lancha de luxo ancorada em Bombinhas, Santa Catarina. Imagens divulgadas pelo programa Fantástico mostraram o empresário na parte traseira da embarcação, vestindo camiseta branca. De acordo com a PF, ele teria jogado o celular no mar ao perceber a aproximação dos agentes.
Gineste é sócio-administrador da F2 Holding Investimentos, uma das empresas investigadas pelo suposto envolvimento no esquema criminoso. A companhia, segundo as apurações, seria usada para movimentar recursos do PCC em setores como combustíveis e operações financeiras. Além disso, o empresário mantém vínculo com outros postos de combustíveis, também sob investigação.
O empresário não é um nome desconhecido para as autoridades. Em 2016, ele já havia sido condenado no âmbito da Operação Publicano, do Ministério Público do Paraná, que apurou o pagamento de propina a auditores fiscais estaduais para redução de tributos. Na ocasião, recebeu pena de quatro anos e oito meses de prisão por corrupção ativa.
Agora, com a prisão em Bombinhas e as novas acusações, Gineste volta ao centro das investigações sobre a estrutura financeira da maior facção criminosa do país.
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