Empresa conclui retirada do lixo que desmoronou no lixão de Padre Bernardo

08 outubro 2025 às 12h25

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A empresa Ouro Verde, responsável pelo lixão de Padre Bernardo, informou à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) que concluiu a retirada de todo o lixo que desmoronou sobre a grota do córrego Santa Bárbara, no dia 18 de junho. O relatório final foi entregue nesta quarta-feira, 8, dois dias antes do prazo estabelecido, que era 10 de outubro.
De acordo com o documento, foram removidos 62,8 mil metros cúbicos de resíduos sólidos. A previsão inicial era de 42 mil m³, mas o volume aumentou devido à utilização de terra para conter um incêndio ocorrido no lixão em 24 de junho. O acréscimo elevou a estimativa total em mais de 20 mil m³.
A limpeza do local é uma das medidas previstas no Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado entre a empresa e a Semad em 11 de julho. Além da retirada dos resíduos que atingiram o curso d’água, a Ouro Verde também se comprometeu a realizar outras ações de contenção e recuperação ambiental, com prazo até 31 de outubro.
Entre as medidas estão:
- O esvaziamento das cinco lagoas de chorume existentes para evitar transbordamentos durante o período chuvoso;
- A construção de uma nova lagoa, ampliando a capacidade de contenção de líquidos contaminantes;
- O recobrimento da pilha de lixo remanescente com material impermeável, evitando infiltrações e instabilidade estrutural.
Segundo a Semad, todo o material removido foi armazenado dentro do próprio terreno da empresa, em uma célula impermeabilizada, que impede a contaminação do solo.
O gerente de emergências ambientais da Semad, Sayro Reis, explicou que o cronograma foi cumprido antes do prazo e que a secretaria continuará o acompanhamento técnico. “A Semad, após acompanhamento das etapas do Termo de Ajustamento de Conduta, deu prazo até o dia 10 de outubro para que a empresa Ouro Verde concluísse a retirada de todos os materiais que escorregaram na grota e no córrego do leito Santa Bárbara. Ela conseguiu completar essas etapas no dia 7 de outubro. Foi retirado mais de 60 mil toneladas de material, cerca de 30% a mais do que o previsto inicialmente, por conta da quantidade de sedimentos, terra e solo que se misturaram ao lixo durante o escorregamento”, afirmou o gerente.
Ainda segundo Reis, a Semad agora concentra esforços nas etapas seguintes. “A partir de agora, a Semad continua fiscalizando e acompanhando os demais itens do TAC, que têm prazo até o dia 30 de outubro para serem concluídos. E já começamos a nos preparar para um novo aditivo, elencando as etapas de médio prazo desse acidente sem precedentes no Estado de Goiás”, completou.
Monitoramento da água segue em curso
O monitoramento da qualidade da água do córrego Santa Bárbara segue sendo realizado por equipes técnicas, para medir a presença de metais pesados e compostos orgânicos no corpo hídrico. O relatório mais recente, de setembro, apontou melhora parcial dos indicadores, mas os níveis de contaminação ainda impedem a Semad de suspender a portaria que proíbe o uso da água.
O córrego não é utilizado para consumo humano, mas é fundamental para irrigação agrícola e dessedentação animal na região.
Os dados mostram que o índice de benzeno permanece em cerca de 0,01 mg/L, o dobro do limite permitido pela Resolução nº 357 do Conama, que é de 0,005 mg/L. Já os níveis de manganês, cujo máximo permitido é 0,1 mg/L, chegaram a 0,201 mg/L e 0,187 mg/L em dois dos pontos monitorados.
Segundo a Semad, as ações de contenção e monitoramento serão mantidas até o fim do ano. A pasta destacou que o foco, a partir de agora, será “garantir a estabilidade do terreno e a proteção dos cursos d’água”.
A expectativa é que, após a conclusão de todas as medidas previstas no TAC e a redução consistente nos índices de poluentes, a Semad possa avaliar a liberação gradual do uso da água do Santa Bárbara.
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