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O governo de Goiás prorrogou por mais 180 dias o estado de emergência zoossanitária, como reforço de medida contra a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP-H5N1). O decreto, publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), estimou o novo prazo para valer a partir do próximo dia 30. O que permitirá a continuidade das ações preventivas conduzidas pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa).

De acordo com o órgão, até o momento, Goiás não registrou nenhum caso da doença, seja em aves silvestres, de subsistência (de quintal) ou em granjas comerciais. “Temos obtido êxito na conscientização dos nossos produtores que estão adotando medidas cautelares para evitar a entrada do vírus no estado”, disse o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.

Em relação ao novo cronograma, ele acredita que isso será fundamental para manter o controle do vírus. “Com a prorrogação da vigência do status de emergência zoossanitária e com o apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária, devemos ampliar o escopo de ações, seja munindo nossas equipes com novas ferramentas de combate, seja na adoção de barreiras sanitárias mais eficientes ou ainda dando mais celeridade para identificar possíveis focos”, arremata.

Neste mês, a Agrodefesa captou mais de R$ 2,2 milhões junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Os recursos foram para implementar ações preventivas contra a Influenza Aviária em Goiás. A captação ocorreu como parte dos esforços para resguardar a avicultura nacional desde maio do ano passado, quando o governo federal declarou estado de emergência zoossanitária em todo o país por meio da Portaria nº 587/2023.

Rafael Vieira, gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, destaca que, embora o Estado esteja em uma situação epidemiologicamente confortável em comparação com diversos outros estados brasileiros, é fundamental manter essa condição por meio de esforços conjuntos entre o poder público e os produtores. Ele salienta que, até o momento, não houve registros da doença no estado, mas enfatiza a importância de manter todas as ações preventivas para evitar casos futuros e garantir prontidão caso ocorram.

“Nosso avicultor precisa também fazer sua parte e se atentar para as orientações a estabelecimentos avícolas, como a utilização de telas na parte superior de locais onde são criadas aves em sistema ao ar livre; ou ainda o fornecimento de alimentos e bebidas em instalações adequadas que impeçam a entrada de pássaros, animais domésticos e silvestres, entre outros”, reforçou Rafael.

Causas da doença

A influenza, ou gripe aviária, é uma enfermidade viral que pode se propagar por meio do ar, água, alimentos e objetos contaminados, assim como pelo contato com aves doentes e pela presença de pessoas não relacionadas aos estabelecimentos comerciais. Outra possível forma de transmissão é o contato entre aves criadas em cativeiro e aves silvestres em liberdade, isso inclui aquelas que migram de um continente para outro.

É importante destacar que não há risco de transmissão da influenza por meio do consumo de carne e ovos, uma vez que esses produtos passam por tratamento térmico que inativa o vírus antes de serem consumidos.

Conforme o Painel para consulta de casos confirmados do vírus IAAP-H5N1, atualizado em tempo real pelo Mapa, até essa terça-feira, 16, mostra que há mais de 2.500 suspeitas monitoradas, das quais 151 foram confirmadas por resultados laboratoriais positivos para o vírus.

Em nenhum desses casos, o vírus alcançou estabelecimentos comerciais (148 foram identificados em animais silvestres e três em aves de subsistência). Os registros positivos foram observados nos estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.

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Goiás emite decreto de emergência zoossanitária para Influenza Aviária