“Emendas no projeto da data-base são armadilhas para mim”, diz prefeito
27 janeiro 2015 às 15h39

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Gestor diz ser quase impossível conceder a retroatividade aos servidores, e afirma que se fossem administrações do mesmo agrupamento político, o texto não teria sido proposto

O projeto da data-base na Câmara Municipal tem sido uma dor de cabeça para o prefeito Paulo Garcia (PT). Na Casa, os vereadores aprovaram uma emenda garantindo pagamento de data-base retroativo para todos os funcionários públicos municipais. Com a crise sofrida pela prefeitura, sabe-se da impossibilidade de angariar recursos para pagar isso ao funcionalismo.
Ficou, então, para o petista a posição de vetar o projeto. Em entrevista ao Clube dos Repórteres Políticos de Goiás nesta terça-feira (27/1), o prefeito chamou a emenda de “armadilha” feita pelos vereadores. “Não é segredo para ninguém. Isso é uma armadilha para me colocar em atrito com os servidores”, e completou: “Se fosse uma administração do mesmo agrupamento político não teriam essas emendas.”
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Os parlamentares aprovaram duas emendas ao projeto de data-base: a primeira é obrigando a gestão a pagar o benefício desde maio de 2014. O prefeito defende que o pagamento seja feito a partir do mês de janeiro deste ano. A outra é a universalização do benefício para todas as categorias — o Paço pretendia pagar a data-base apenas aos trabalhadores da educação, aos administrativos e os de função operacional.
Conforme explicou o gestor, pagar a retroatividade significa um ônus de R$ 40 milhões aos cofres públicos. “É quase impossível conceder a retroatividade, e vai sobrar para mim ser o ruim da história”, disse.
Paulo Garcia destacou que irá vetar emenda não por achar que seja justo, mas pela impossibilidade de pagar os funcionários. “Maior alegria que tenho é de ter investido nos servidores. Queria ter investido mais”, afirmou, garantindo ser um dos prefeitos que mais concede benefícios a servidores.
De acordo com o gestor, o anúncio oficial — se irá vetar ou não o projeto inteiro — será somente no dia 2 de fevereiro. “Vou deixar esse tempo até para eu poder discutir e conversar mais com as pessoas envolvidas.”