O Estado de Goiás executou, até agosto deste ano, R$ 51,7 milhões em emendas parlamentares impositivas, o que representa cerca de 10% do total dos cerca de R$ 531 milhões em recursos designados pelo dispositivo. Cada parlamentar pode indicar, por ano, em torno de R$ 13 milhões. Os recursos atendem a indicações feitas pelos 41 parlamentares goianos e devem ser executados obrigatoriamente pelo Poder Executivo.

Apesar do total empenhado (reservado) chegar a R$ 83 milhões, nem todas as emendas foram pagas até o momento. Os dados foram levantados pela reportagem através do Portal da Transparência do Governo de Goiás.

Do total pago, R$ 37 milhões foram destinados a despesas de custeio, ou seja, manutenção de serviços públicos — como a compra de materiais, insumos e pagamento de folha salarial. Já os recursos para investimentos voltados à aquisição de equipamentos ou obras, somam R$ 14 milhões.

A priorização do custeio está em linha com a demanda imediata por recursos, especialmente na área da saúde, que por lei, deve receber o maior percentual das emendas. Até o momento, R$ 35,2 milhões foram pagos para a saúde, seguidos por R$ 30 milhões para a área de Administração e R$ 17 milhões para a Educação.

Deputado com mais recursos pagos

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Amilton Filho (MDB), lidera o ranking de emendas pagas em 2025 com R$ 4,2 milhões já executados. O principal destino é Anápolis, base política do parlamentar. Ele é seguido por Anderson Teodoro (Avante), com R$ 3,8 milhões, Lucas Calil (MDB) com R$ 3,2 milhões, Cairo Salim (PSD) com R$ 3,1 milhões e Julio Pina (SD), com 2,8 milhões.

Parlamentares com menor volume de execução

Na outra ponta dos dados, Antônio Gomide (PT) teve apenas R$ 54,7 mil pagos até o momento, o menor valor individual entre todos os deputados. Também aparecem entre os que menos tiveram emendas executadas: Gugu Nader (Avante) com R$ 176 mil, Clécio Alves (Republicanos), com R$ 200 mil, presidente da Assembleia Bruno Peixoto (UB) e Bia de Lima (PT), ambos com R$ 250 mil, além de Dra. Zeli (UB), com R$ 300 mil e Cristiano Galindo (SD), com R$ 380 mil.

Municípios mais beneficiados

Por cidades, Goiânia é o município mais beneficiado com emendas até agora, com R$ 5,4 milhões em recursos pagos. Na sequência, aparecem Anápolis (R$ 3,7 milhões), Inhumas (R$3,1 milhões), Águas Lindas de Goiás (R$ 3 milhões) e Goianésia (R$ 2,7 milhões). A distribuição, em muitos casos, segue os redutos eleitorais dos parlamentares ou as prioridades pactuadas com as prefeituras.

Em 2024, o valor permitido para cada deputado destinar emendas foi de R$ 11,6 milhões. Dez parlamentares utilizaram todo o montante, enquanto três ficaram abaixo do teto.

O percentual das emendas parlamentares impositivas no orçamento de Goiás para 2025 é de 1,2% da Receita Corrente Líquida (RCL). Deste valor, 70% devem ser destinados para às áreas de saúde e educação.

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Os deputados chegaram a propor o aumento do percentual para 2%, no entanto, após acordo com o governo, a proposta foi rejeitada sob o argumento que o projeto colocaria em risco a questão fiscal do Estado.

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