Em meio a crise com docentes e servidores técnicos administrativos, Lula marca reunião com reitores

04 junho 2024 às 10h09

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O presidente Lula (PT) convocou reunião no Palácio do Planalto com os reitores das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) para a manhã da próxima quinta-feira, 6. Informações do Ministério da Gestão e Inovação (MGI) apontam que o encontro deve tratar de pautas ligadas ao novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Angelita Lima, deve participar da reunião. A comunicação da UFG informou que o convite enviado não constava previsão de pauta.
O Jornal Opção entrou em contato com representantes do Ministério da Gestão e Inovação (MGI) para saber se as negociações seriam referentes às greves dos docentes e TAE’s, ainda em andamento. Um representante do Ministério negou que esse seja o tema do encontro. Informações do MGI apontam que a reunião entre os gestores tem como foco discutir ações futuras ligadas ao Programa de Aceleração do Crescimento específico da área da educação.
A reportagem também contatou a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) a fim de obter mais informações sobre o encontro. A comunicação da entidade confirmou a reunião com o presidente, mas não soube dar mais detalhes sobre a pauta em questão.
PAC da Educação
Uma das bandeiras do novo governo Lula é a reedição de programas de governo que foram marca assinatura de seus primeiros mandatos. O Programa de Aceleração do Crescimento volta com foco, também, na educação.
Informações do Governo Federal revelam que, para a atual etapa do programa, estão previstos investimentos na casa dos R$ 10,7 bilhões. Essa verba será destinada para construção de mais de 1.100 creches e escolas infantis, 685 escolas de tempo integral e aquisição de transporte escolar. Para além do foco na educação básica, existem previsões de investimento que alcançam todas as 27 unidades federativas, inclusive no ensino superior.
Para as IFES, o PAC representa esperança de recomposição orçamentária. Nos últimos anos, as universidades e institutos federais vêm sofrendo com falhas estruturais ligadas ao orçamento discricionário, destinado à manutenção das estruturas físicas. Limpeza, jardinagem, reformas de prédios e reparos de equipamentos dependem desse orçamento, que sofreu cortes significativos nos últimos sete anos.
Negociação com docentes
A reunião entre Lula e os reitores das IFESA acontece depois de quase dois meses de greve dos docentes em algumas Universidades e Institutos, e após polêmicas envolvendo a negociação com a categoria docente. Vale lembrar que os servidores Técnicos Administrativos (TAE) também estão em greve há mais de dois meses.
Nos últimos meses, as negociações entre o Ministério da Gestão e Inovação (MGI), os docentes do Magistério Superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), e também com os TAE’s chamaram a atenção. As categorias lutam por recomposição orçamentária das IFES, reestruturação de carreira e reajuste salarial no intuito de compensar as perdas consecutivas que encaram desde 2017. Levantamentos mais recentes feitos pelas entidades sindicais mostram que 60 universidades entraram em greve em algum ponto de abril para cá.
As negociações acontecem entre o Governo Federal e entidades representativas das categorias, como Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação) e Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe). No caso dos TAE’s, as negociações junto ao Executivo acontecem com a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra).
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