Crise é nacional e afetou empresários de todo o país. Das empresas que continuam funcionando, 67,7% afirmaram que conseguiram linha de crédito emergencial para pagamento da folha salarial. 51,9% afirmaram que adiaram o pagamento de impostos para continuar sobrevivendo

Comércio fechado na Avenida Bernardo Sayão: reflexo de uma crise econômica

Desde o dia 20 de março de 2020, quando foi decretado estado de calamidade pública pelo Congresso Nacional em decorrência da pandemia de Covid-19, 3.806 empresas fecharam apenas no Estado de Goiás, de acordo com dados da Junta Comercial (Juceg). O mês de maio foi o que mais sentiu os efeitos da crise econômica causada pelo novo coronavírus, com o fechamento de 1.066 empresas.

O reflexo das dificuldades enfrentadas pelo setor empresarial teve escala global, sem dúvidas. Nacionalmente, foram 716 mil empresas fechadas, de acordo com a Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicada na última quinta-feira, 16.

Ao IBGE, quatro em cada dez negócios fechados, seja temporário o definitivamente, afirmaram que a situação se deu por conta da pandemia. Todos os setores econômicos foram atingidos, mas o mais afetado foi o do comércio, que representa 39,4% das empresas fechadas. O setor de serviços corresponde a 37%. Dentre elas, as pequenas empresas foram as que mais fecharam, sendo elas 99,8% dos negócios que baixaram definitivamente as portas.

Mesmo as empresas que vão continuar existindo sofrem os impactos da crise econômica agravada pela pandemia. 70% delas reportaram ao IBGE que a pandemia afetou negativamente os negócios; 74,4% do setor de serviços disseram que a Covid-19 impactou suas atividades; 72,9% da indústria alegaram o mesmo. Na construção, 72,6% também sentiram efeitos negativos.

Também entre as empresas que permanecem abertas, 34,6% reduziram o quadro de funcionários. Entre elas, 29,7% reduziu acima de 50% do pessoal. Dessas empresas que continuam funcionando, 67,7% delas afirmaram que conseguiram linha de crédito emergencial para pagamento da folha salarial. 51,9% afirmaram que adiaram o pagamento de impostos para continuar sobrevivendo.

Do total das empresas que permanecem abertas, 32,4% reportaram que adotaram ao menos uma medida de apoio do governo para continuar os negócios.