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Após 40 anos de descoberta do vírus, ainda não há cura, mas medicamentos permitem com que paciente tenha vida comum

Foto: Divulgação

O Hospital de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad, em Goiânia, notificou 329 casos de pessoas infectadas com o vírus HIV, em 2019. Em 2018, os casos notificados eram quase o dobro, 724. Atualmente, o HDT atende mais de 10 mil pacientes vivendo com HIV/Aids e que buscam o medicamento mensalmente na farmácia ambulatorial. Os medicamentos retrovirais distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são perfeitamente capazes de controlar o vírus no organismo e fortalecer a imunidade do paciente. A cura, no entanto, ainda não é possível.

Segundo a infectologista do hospital, Letícia Aires, “a pessoa infectada pelo vírus não necessariamente desenvolverá a doença, desde que a enfermidade seja controlada com medicamentos.” A imunodeficiência impede com que o organismo reaja em defesa do corpo contra corpos estranhos e anômalos prejudiciais, o que ocasiona na deterioração da saúde do indivíduo infectado. Com o tratamento retroviral, a pessoa pode viver normalmente.

“Preconceitos ainda estão muito presentes na sociedade, mas nós como profissionais da saúde precisamos desmistificar os estigmas sobre a doença, fazer com que os portadores do HIV consigam falar abertamente sobre o assunto, e mantê-los sempre incluídos na sociedade”, explica Letícia.

Edson Santana, de 55 anos, é pastor e enfermeiro. Desde que descobriu que era portador do vírus HIV, começou o tratamento periódico de forma correta. Para ele, mesmo com o uso diário dos fármacos, ele só se lembra que tem Aids uma vez ao ano, quando precisa realizar os exames de carga viral.

No entanto, Edson sente que para os soropositivos, o envelhecimento é um pouco mais acelerado que para as outras pessoas. “Nós portadores da doença sofremos precocemente de doenças possivelmente futuras, mas com uma rotina de cuidados podemos levar a vida de forma comum”, disse.

“Ao longo desses 14 anos, desde que descobri a doença, participei de movimentos sociais LGBTS e de combate às drogas, e realizo um trabalho de prevenção às infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) principalmente em jovens e travestis. Mantive uma vida amorosa e sexual normal, sempre com proteção e sou uma pessoa bem resolvida na vida familiar e social.”

Aids/HIV

Descoberta nos anos 1980, a Aids – em inglês Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, a enfermidade é causada pelo vírus do HIV. A transmissão ocorre, principalmente, por meio de relações sexuais sem o uso de preservativo, exposição a fluidos ou tecidos corporais infectados e de mãe para filho durante a gravidez, o parto ou na amamentação.

A Assembleia Mundial de Saúde e pela Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu no dia 1º de dezembro, em 1987, como Dia Mundial de Luta Contra a Aids, também celebrado como Mês Vermelho. No Estado, o HDT é referência no tratamento da enfermidade.