Em pronunciamento em rede nacional na noite de quarta-feira, 24, véspera de Natal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um balanço das principais ações do governo ao longo de 2025, destacou avanços sociais e econômicos e voltou a defender o fim da escala de trabalho 6×1, sem redução de salários.

Ao falar diretamente à população, Lula também projetou prioridades para 2026, com foco no combate ao crime e à violência, além de reforçar compromissos na área social.

Logo no início da mensagem, o presidente classificou o ano como desafiador, mas histórico. “E quando os fogos brilharem no céu, na noite do dia 31, estará encerrado um ano histórico no Brasil. Um ano difícil, com muitos desafios, mas um ano em que todos que torceram ou jogaram contra o Brasil acabaram perdendo. Um ano em que o povo brasileiro sai como o grande vencedor”, afirmou.

Ao longo do discurso, Lula elencou medidas que, segundo ele, contribuíram para a melhoria das condições de vida da população. Entre os principais pontos, destacou a saída do Brasil do Mapa da Fome, a retomada do Bolsa Família, o fortalecimento da agricultura familiar e a valorização do salário mínimo.

“Estar nesse mapa significa que muita gente no país não tem o que comer. Por isso retomamos o Bolsa Família, apoiamos a agricultura familiar, valorizamos o salário mínimo, investimos na geração de empregos e na alimentação nas escolas”, disse.

Ainda no campo econômico, o presidente ressaltou investimentos em geração de empregos e programas voltados à segurança alimentar. Além disso, voltou a enfatizar uma de suas principais bandeiras: o fim do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. 

“Para milhões de brasileiras e brasileiros, o último dia do ano também será o último dia com Imposto de Renda descontado no salário. A partir de janeiro, com o fim do IR, milhões de famílias terão um dinheiro extra todos os meses. Isso vai aliviar as contas, aquecer ainda mais a economia e beneficiar o país inteiro”, declarou.

Na sequência, Lula reafirmou o compromisso de combater desigualdades estruturais e disse que seguirá combatendo “privilégios de poucos para garantir direitos de muitos”.

 Nesse contexto, voltou a defender a redução da jornada de trabalho, com o fim da escala 6×1. “Não é justo que uma pessoa seja obrigada a trabalhar duro durante seis dias. E que tenha apenas um dia para descansar o corpo e a cabeça, passear com a família, cuidar da casa, se divertir e acompanhar de perto o crescimento dos filhos”, afirmou.

“O fim da escala 6×1, sem redução de salário, é uma demanda do povo que cabe a nós, representantes do povo, escutar e transformar em realidade”, reforçou.

Na área da saúde, o presidente citou o programa Agora Tem Especialistas, lançado neste ano com o objetivo de reduzir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias no SUS. Além disso, mencionou iniciativas como Pé-de-Meia, Gás do Povo e Luz do Povo.

Já no setor habitacional, destacou a retomada do Minha Casa Minha Vida e anunciou novos desdobramentos. “O Minha Casa Minha Vida voltou, alcançou a classe média, e está chegando também o Reforma Casa Brasil. Porque moradia digna é um direito fundamental, que tem que ser garantido”, afirmou.

Lula também mencionou obras estruturantes, como a Transposição do Rio São Francisco e projetos do Novo PAC. No cenário econômico, comemorou indicadores positivos. “E a inflação acumulada será a menor de todos os tempos. Graças a esses avanços, temos os menores índices de pobreza e desigualdade da história. E só neste ano, dois milhões de pessoas deixaram o Bolsa Família porque melhoraram de renda.”

Outro ponto citado foi a nova Carteira Nacional de Habilitação, que, segundo o presidente, deverá ficar até 80% mais barata, ampliando o acesso ao documento.

Ao tratar dos desafios para 2026, Lula apontou o enfrentamento ao crime organizado como prioridade. Ele elogiou operações da Polícia Federal e afirmou que, pela primeira vez, o “andar de cima” está sendo atingido.

“Nenhum dinheiro ou influência vai impedir a Polícia Federal de ir adiante”, declarou. Por fim, abordou a violência contra as mulheres e prometeu liderar um esforço nacional envolvendo governo e sociedade. “Nós que somos homens devemos fazer um compromisso de alma. Em nome de tudo que é mais sagrado, seja um aliado.”

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