Em dia pouco produtivo, Câmara volta a se debruçar sobre uso obrigatório de máscaras
17 fevereiro 2021 às 13h14

COMPARTILHAR
Plenário foi tomado por discussão sobre a necessidade, importância e eficiência do equipamento de proteção. Assunto foi findado após aprovação de requerimento assinado pelo vereador Clécio Alves que obriga o uso da proteção nas dependências da Câmara. Matéria registrou apenas 1 voto contrário, o de Gabriela Rodart

O plenário da Câmara Municipal de Goiânia voltou a discutir a necessidade, importância e eficiência do uso das máscaras de proteção facial como medida de proteção e combate à disseminação da Covid-19. Durante a maior parte do tempo, a sessão plenária desta quarta-feira, 17, foi tomada pelo mesmo assunto. Voltar a discutir uma “pauta vencida” desagradou alguns parlamentares que chegaram a se pronunciar na tribuna.
O debate foi iniciado pela vereadora Gabriela Rodart (DC) que resolveu repercutir, dentre outros pontos, a portaria publicada e assinada pelo presidente Romário Policarpo (Patriota) na última terça-feira, 16. A medida restringiu a circulação de assessores e jornalistas em plenário e endureceu outras medidas tidas como fundamentais para o combate à proliferação do vírus nas dependências da Câmara.
Na portaria em questão consta, inclusive, que “é obrigatório o uso de máscara para o uso da tribuna”. A medida foi contrariada pela vereadora que discursou sem máscara para “externar sua tristeza”. “Fui acusada de não ter compaixão com quem perdeu entes queridos para a Covid-19, simplesmente porque não usei a máscara em plenário. A desonestidade intelectual presente nesse argumento é tão grande que apequena esta Casa”, disse.
Após reiterar que está sempre pronta para “dialogar e ouvir”, disparou: “Não façam, caros colegas, o jogo da hipocrisia comigo. não utilizem a dor dos que perderam entes queridos para me atacar, não façam do luto alheio um palanque para seu teatrinho político”.
Depois, foi a vez do vereador Clécio Alves (MDB) pedir a palavra e destacar que jamais fez “uso político” diante do assunto. “Respeito seu posicionamento e ponto de vista [disse direcionado à vereadora], mas penso diferente. Aqui ninguém está brincando. Hipócrita é aquele e aquela que brinca com a vida e saúde dos outros”.
Indignado com a pauta em discussão, o vereador Pedro Azulão Jr (PSB) resolveu pedir a palavra e disparou: “As coisas são muito simples. Lei tem que cumprir. Já existe uma lei que obriga o uso da máscara, então vamos cumprir e andar como manda o regimento. (…) Estamos perdendo o dia, eu falo que isso é uma perda de tempo”.
Após relatar diversos problemas enfrentados pela população goianiense que anseia por melhorias estruturais na Saúde, completou: “Eu tenho respeito por ela [Gabriela Rodart], mas não chama isso para o debate não. Vai discutir isso lá na rua, vamos cuidar do povo que está precisando”. O discurso foi endossado em seguida pelo vereador Mauro Rubem (PT).
Depois de vários parlamentares se envolverem na discussão, o requerimento de Clécio finalmente foi submetido à apreciação do colegiado. O documento terminou aprovado com 27 votos favoráveis e apenas 1 contrário — o de Rodart.
Apesar de não haver nenhuma novidade na aprovação do texto, em resumo, a matéria é interpretada — nos bastidores — da seguinte forma: “Agora ela [Gabriela Rodart] sabe que se não usar a máscara estará contrariando a vontade soberana e explícita do Plenário”.
