Pelo menos 71 pessoas morreram em Gaza somente no sábado, 26. Algumas delas foram mortas quando atingidas por ataques aéreos e outras foram alvejadas aguardavam a chegada de caminhões de alimentos. A população de Gaza sofre com a escassez de recursos.

Uma em cada três pessoas em Gaza passam dias sem comer, segundo o Programa Mundial de Alimentos. Mais de 90 mil mulheres e crianças precisam de tratamento para desnutrição com urgência no local. Com isso, as pessoas tem se juntado em busca de assistência humanitária – principalmente comida, água e medicamentos. 

De acordo com o Ministério da Saúde da Palestina, neste sábado, 26, pelo menos mais cinco pessoas morreram de fome e desnutrição em hospitais em Gaza, nas últimas 24 horas. Com isso, o número total de mortes por fome e desnutrição totaliza 127 pessoas, sendo que 85 delas eram crianças. As informações foram compartilhadas pelo canal no Telegram.

Segundo Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, 55.104 pessoas já morreram por conta da guerra desde o início do conflito entre Israel e o Hamas. Somente no último sábado, de acordo com o relatório, chegaram ao hospital de Gaza 512 pessoas feridas pelos ataques militares de Israel. 

A guerra obrigou 90% dos mais de 2 milhões de habitantes de Gaza a se deslocarem.

Jornalistas passam fome em Gaza

As agências de notícia BBC News, Agence France-Presse (AFP), Associated Press (AP) e Reuters divulgaram comunicado expressando profunda preocupação com os jornalistas em Gaza que, segundo elas, estão cada vez mais sem condições de alimentar a si mesmos e suas famílias. As agências dizem que aqueles que estão cobrindo o conflito a partir de Gaza agora enfrentam a fome e “as mesmas condições extremas das pessoas que estão cobrindo”.

“Há muitos meses, esses jornalistas independentes têm sido os olhos e ouvidos do mundo em Gaza”, diz o texto.

Em meio ao genocídio imposto por Israel em Gaza, jornalistas da AFP que ainda estão no território afirmaram que vão “morrer de fome”. Nesta semana, a ONU denunciou um “show de horrores” e disparada de desnutrição em Gaza. Além disso, mais de 100 ONGs denunciam “fome em massa”. Israel diz não ter identificado fome extrema em Gaza e nega acusações. No entanto, admitiu que pouca ajuda chega aos palestinos, e culpou a ONU por isso.

Brasil entra em ação contra Israel por genocídio contra palestinos 

O governo federal anunciou a entrada formal do Brasil na ação contra Israel na Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas (ONU). Segundo o Itamaraty, o governo expressa indignação por conta dos recorrentes episódios de violência contra a população civil no Estado da Palestina, não apenas na Faixa de Gaza, mas se estendendo à Cisjordânia.

“A comunidade internacional segue testemunhando, de forma rotineira, graves violações de Direitos Humanos e Humanitário: ataques à infraestrutura civil, inclusive a sítios religiosos, como à paróquia católica em Gaza, e às instalações das Nações Unidas, como à Organização Mundial da Saúde; violência indiscriminada e vandalismo por colonos extremistas na Cisjordânia, como o incêndio às ruínas da antiga Igreja de São Jorge e ao cemitério bizantino em Taybeh; massacres de civis, a maior parte dos quais mulheres e crianças, que se tornaram cotidianos durante a entrega de ajuda humanitária em Gaza; e a utilização despudorada da fome como arma de guerra”, diz a nota do governo brasileiro.

A ação é movida pela África do Sul e pede que a Corte declare que Israel violou obrigações previstas na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio. Israel refuta as acusações do país africano.

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