O shutdown — ou a paralisação orçamentária do governo dos EUA—, pode beneficiar os investimentos no Brasil, aponta o economista Everaldo Leite. Em entrevista ao Jornal Opção, o especialista explicou que o shutdown ocorre quando os recursos orçamentários do governo norte americano não são suficientes para cobrir os gastos.

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“Diante disso, o governo precisa de um adicional orçamentário através de empréstimos através do lançamento de novos títulos de dívidas públicas para somar isso ao orçamento para fechar o ano fiscal”, explica.

Leite compara com um orçamento pessoal que chega ao limite antes do recebimento de novo saldo. “Se chega ao dia 20 e seu dinheiro acaba, você vai precisar continuar mantendo sua vida até o próximo dia 5 se não você não paga as contas e não come”, conecta.

O economista explica, no entanto, que diferente de um empréstimo de curto prazo necessário nesse caso do exemplo, o governo americano vai precisar de um lançamento para fechar o resto do ano fiscal. “Na medida que os tributos foram pagos e o governo percebe que não vai alcançar uma quantia suficiente para chegar ao final do ano, ele precisa emitir títulos públicos. Só que nesse cenário ele precisa de autorização do Congresso para complementar o orçamento”, diz.

Aumento de investimentos no Brasil

Diante da crise americana, o Brasil e outros países como Índia e China podem se tornar ainda mais atraentes para investimentos estrangeiros. O que pode acontecer é que o restante do mundo, inclusive os americanos, queiram fazer uma nova inversão de investimentos em outros lugares e o Brasil pode se dar bem”, disse.

“O Brasil pode ter valorização do real, inclusive, porque as pessoas, por incerteza, por incerteza do que está acontecendo nos Estados Unidos, prefiram investir no Brasil, que está seguindo uma boa trajetória”, comenta.

Além do boom de investimentos, aponta Leite, o Brasil pode ver o real se valorizar diante das incertezas do mercado norte americano. “Apesar dos potenciais benefícios, o mercado de ações brasileiro pode experimentar volatilidade durante esse período de incerteza global”, completa.

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