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Na contramão do mundo, resíduos de serviços de saúde diminuíram. Presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública teme que lixo esteja sendo descartado de maneira incorreta

Coleta de lixo terceirizada em Aparecida de Goiânia, Anápolis, Trindade e Senador Canedo segue sem crise, diferentemente de Goiânia, cujo serviço é municipalizado

A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e Associação Internacional de Resíduos Sólidos no Brasil (ISWA) realizou um levantamento que concluiu queda de 7,25% em resíduos domiciliares em abril, quando comparado com o mesmo mês de 2019. O estudo foi feito com empresas de 60% do mercado de limpeza urbana de todas as regiões do Brasil.


No entanto, materiais recicláveis teve uma coleta acima em 25% e 30% no período. O volume coletado é encaminhado a aterros sanitários, já que houve redução nas unidades de triagem das cidades. Para Carlos Silva Filho, presidente da Abrelpe, em entrevista à Agência Brasil, esse crescimento indica alteração no perfil de resíduos gerados, com menos orgânicos e mais embalagens, consequência do mercado online para alimentação ou itens em geral.

Apesar do aumento mundial em produção de resíduos de serviço de saúde, no Brasil houve redução em 15,6%. Silva Filho avalia que haja deficiência na segregação de materiais infectantes e destinação inadequada, o que traz riscos à população em geral, para trabalhadores do setor e meio ambiente.


“Algumas decisões recentes, como retirar tais atividades da lista de serviços essenciais e para ampliação das restrições de circulação nas cidades sem isenção para a limpeza urbana, tem prejudicado diversos serviços e intensificado os temores dessa mão de obra que tem sido indispensável no combate ao coronavírus”, avaliou.