Drone goiano vira aliado do Cerrado: escola desenvolve tecnologia inédita para reflorestamento de áreas degradadas

30 setembro 2025 às 12h15

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A Escola do Futuro de Goiás (EFG) Sarah Luiza Lemos Kubitschek de Oliveira, em Santo Antônio do Descoberto, cidade próxima de Brasília-DF, desenvolveu um dispositivo de baixo custo que transforma drones em dispersores de sementes para ajudar no reflorestamento do Cerrado. O equipamento criado por professores e técnicos da EFG, batizado de Beto, já passou por seis testes bem-sucedidos e tem como objetivo alcançar locais de difícil acesso, aumentando a eficiência da regeneração natural.
Em entrevista para o Jornal Opção, o idealizador do protótipo e professor de tecnologia, Johnattan Pires Rezende, disse que a ideia partiu do ex-diretor da EFG, Leandro Nery. Motivado em buscar uma solução contra o avanço do desmatamento no Cerrado, juntos, pensaram em uma solução simples, prática e replicável para promover o reflorestamento de áreas afetadas e de difícil acesso, como morros e serras, sempre com o compromisso de preservar a flora local.
“Combate ao desmatamento e queimadas. Recuperação de áreas degradadas do Cerrado. Preservação da biodiversidade. Inovação tecnológica acessível, com uso de dispositivo plug-and-play, de código aberto, fácil de reproduzir e adaptar. A iniciativa pode ser expandida para outros biomas e até outros países” são alguns dos benefícios do drone na visão do professor de tecnologia.
“Pra mim é uma experiência transformadora. Como mulher, estar em um espaço onde a tecnologia e o cuidado com o meio ambiente se encontram representa mais do que uma atuação técnica, é uma forma de romper barreiras e construir um futuro mais sustentável e inclusivo”, é o que disse a técnica de laboratório da EFG, Joseane Pereira – em entrevista para o Jornal Opção.
Joseane explicou ainda que a solução ao problema das queimadas foi inspirado no processo natural feito pelos pássaros e macacos em dispersar as sementes. “Primeiro, o drone realiza uma análise da área para identificar as espécies de plantas e árvores presentes. Com o apoio de biólogos é feita a seleção adequada das sementes que serão lançadas. Em seguida, o dispositivo criado pela equipe permite que o drone realize a dispersão automática”, complementa.
“Beto”
A escolha do nome Beto homenageia o ambientalista José Roberto da Silva, conhecido por plantar árvores voluntariamente em escolas e espaços públicos de Santo Antônio do Descoberto, incluindo a própria Escola do Futuro de Goiás. A ideia é que a tecnologia se torne também um símbolo de engajamento comunitário e inspiração para ações coletivas. A expectativa é que a solução desperte interesse nacional, tanto pelo caráter inovador quanto pela possibilidade de reduzir custos em iniciativas de reflorestamento em áreas críticas, especialmente diante do avanço das queimadas.

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