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A Escola do Futuro de Goiás (EFG) Sarah Luiza Lemos Kubitschek de Oliveira, em Santo Antônio do Descoberto, cidade próxima de Brasília-DF, desenvolveu um dispositivo de baixo custo que transforma drones em dispersores de sementes para ajudar no reflorestamento do Cerrado. O equipamento criado por professores e técnicos da EFG, batizado de Beto, já passou por seis testes bem-sucedidos e tem como objetivo alcançar locais de difícil acesso, aumentando a eficiência da regeneração natural.

Em entrevista para o Jornal Opção, o idealizador do protótipo e professor de tecnologia, Johnattan Pires Rezende, disse que a ideia partiu do ex-diretor da EFG, Leandro Nery. Motivado em buscar uma solução contra o avanço do desmatamento no Cerrado, juntos, pensaram em uma solução simples, prática e replicável para promover o reflorestamento de áreas afetadas e de difícil acesso, como morros e serras, sempre com o compromisso de preservar a flora local.

“Combate ao desmatamento e queimadas. Recuperação de áreas degradadas do Cerrado. Preservação da biodiversidade. Inovação tecnológica acessível, com uso de dispositivo plug-and-play, de código aberto, fácil de reproduzir e adaptar. A iniciativa pode ser expandida para outros biomas e até outros países” são alguns dos benefícios do drone na visão do professor de tecnologia.

“Pra mim é uma experiência transformadora. Como mulher, estar em um espaço onde a tecnologia e o cuidado com o meio ambiente se encontram representa mais do que uma atuação técnica, é uma forma de romper barreiras e construir um futuro mais sustentável e inclusivo”, é o que disse a técnica de laboratório da EFG, Joseane Pereira – em entrevista para o Jornal Opção.

Joseane explicou ainda que a solução ao problema das queimadas foi inspirado no processo natural feito pelos pássaros e macacos em dispersar as sementes. “Primeiro, o drone realiza uma análise da área para identificar as espécies de plantas e árvores presentes. Com o apoio de biólogos é feita a seleção adequada das sementes que serão lançadas. Em seguida, o dispositivo criado pela equipe permite que o drone realize a dispersão automática”, complementa.

“Beto”

A escolha do nome Beto homenageia o ambientalista José Roberto da Silva, conhecido por plantar árvores voluntariamente em escolas e espaços públicos de Santo Antônio do Descoberto, incluindo a própria Escola do Futuro de Goiás. A ideia é que a tecnologia se torne também um símbolo de engajamento comunitário e inspiração para ações coletivas. A expectativa é que a solução desperte interesse nacional, tanto pelo caráter inovador quanto pela possibilidade de reduzir custos em iniciativas de reflorestamento em áreas críticas, especialmente diante do avanço das queimadas.

Drone foi criado por professores e técnicos da EFG de Santo Antônio do Descoberto. | Foto: Divulgação (Secti)

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