Documentos revelam que China falhou na condução da crise de Covid-19, segundo CNN
01 dezembro 2020 às 08h00

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Autoridades chinesas forneceram ao mundo dados mais otimistas sobre novo coronavírus do que os disponíveis internamente. País sempre defendeu forma como tem lidado com doença
O site de notícias da CNN divulgou nesta segunda-feira, 30, uma reportagem na qual é afirmado que autoridades chinesas forneceram ao mundo dados mais otimistas sobre o novo coronavírus do que os disponíveis internamente.
Conforme a reportagem, em 10 de fevereiro, por exemplo, a China teve mais do que o dobro de casos confirmados de Covid-19 do que os divulgados oficialmente na Província de Hubei, onde o vírus foi inicialmente detectado. Esse número mais elevado, de 5.918 novos casos, nunca foi revelado na época, já que o sistema de contabilização dos registros parecia “minimizar a gravidade do surto”.
A informação sobre esses números, segundo a CNN, faz parte de uma série de revelações contidas em 117 páginas de documentos — marcados como confidenciais — vazados pelo Centro Provincial de Controle e Prevenção de Doenças de Hubei compartilhados e verificados pela reportagem.
Os documentos não fornecem evidências de uma tentativa deliberada de esconder as descobertas, mas revelam várias inconsistências sobre o que as autoridades acreditam realmente estar ocorrendo e o que foi revelado ao público.
Lentidão
A reportagem apontou que um dos fatos mais impressionantes descoberto nos documentos diz respeito à lentidão com que os pacientes com Covid-19 foram diagnosticados, sendo as autoridades em Hubei tentaram mostrar que lidaram com eficiência e transparência no início da pandemia.
Um dos relatórios citados pela CNN, do começo de março, diz que o tempo médio entre o início dos sintomas e o diagnóstico confirmado foi de 23,3 dias, o que especialistas ouvidos pela TV disseram que poderia dificultar significativamente as medidas para monitorar e combater a doença. A China sempre defendeu a forma como tem lidado com a doença.