O documentário “Chico Anysio: Um homem à procura de um personagem”, lançado recentemente pelo Globoplay, retrata não apenas a carreira do humorista, mas também a forma como ele lidava com o dinheiro após se tornar famoso. Entre os hábitos mais curiosos, destacam-se as compras de cavalos no Jockey Club do Rio de Janeiro, atividade que se tornou um verdadeiro hobby do artista.

“Ele foi, em certo momento, o maior proprietário de cavalos do Jockey Club. E gostava muito disso, mas curiosamente não apostava nas corridas”, lembra Ricardo Amaral, amigo de Chico.

Os filhos do humorista também compartilham histórias que mostram sua relação singular com o dinheiro. Nizo Neto recordou um episódio emblemático. “O lance dele era comprar cavalos, mas ele não tinha muito jeito para negócios. Um cavalo que quase conquistou a tríplice coroa foi vendido por ele por R$ 100 mil, mesmo valendo cerca de US$ 250 mil. Ele disse: ‘Vai que quebra uma pata, não vou arriscar’.”

Lug de Paula, outro filho, comenta sobre a quantidade de animais que Chico mantinha. “Ter dois ou três cavalos até vai… mas 70? Isso é outra história.”

O irmão e diretor do documentário, Zelito Viana, recorda a intensidade com que Chico gastava e recebia dinheiro. “Ele sempre ganhou muito mais do que uma pessoa comum, trabalhava muito e estava sempre no show business. Lembro dele gastar cinco talões de cheque no mesmo dia em que a Globo pagava seu salário. No dia 5, já não tinha um tostão. Ele precisava correr para fazer shows ou ir ao teatro para ganhar dinheiro.”

Segundo Zelito, os gastos não se limitavam apenas a cavalos. “Ele gastava quantias enormes até em lanchonetes. Por exemplo, R$ 2 mil a R$ 5 mil em uma única visita ao Bob’s.”

Para Bruno Mazzeo, também filho e diretor do documentário, a vida financeira de Chico explica parte do seu destino. “Não é de se estranhar que tenha morrido sem dinheiro.”

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