Disputa na Câmara pode ter levado Prefeitura de Goiânia a exonerar 170 servidores

02 novembro 2023 às 11h40

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A Prefeitura de Goiânia exonerou 170 servidores nesta última quarta-feira, 1°. Uma das servidoras exoneradas, que optou por não se identificar, disse ao Jornal Opção que tudo indica que a motivação foi a disputa de blocos na Câmara Municipal. Segundo ela, as indicações dos vereadores do bloco Vanguarda foram demitidas.
“Onde atuava as condições de trabalho são horríveis, não tem papel higiênico. Essas trocas constantes são péssimas para a cidade. Toda hora troca gerência, coordenação, e especialmente nesses cargos, é prejudicial porque temos que começar tudo de novo. Nunca se trocou tanto”, explicou a servidora.
Com atritos de longa data, o clima na Câmara Municipal de Goiânia “esquentou” na última semana com a possibilidade de um conflito entre os vereadores. Durante a sessão de quinta-feira, 23, o bloco Vanguarda iniciou a primeira ofensiva contra a mesa diretora e o presidente da Casa, Romário Policarpo (Patriota). A questão é que Policarpo conta com o apoio de mais de 20 vereadores.
Já o bloco Vanguarda atualmente é composto por seis vereadores: Igor Franco (Solidariedade), Gabriela Rodart (PTB), Welton Lemos (Podemos), Lucas Kitão (PSD), Paulo Magalhães (União Brasil) e Markim Goyá (Patriota). Há, no entanto, a possibilidade de mais nomes embarcarem na iniciativa. Ainda assim, o grupo é menor do que o bloco da mesa diretora.
O irmão do vereador Igor, Diogo Franco, foi um dos exonerados. O secretário municipal de desenvolvimento e economia criativa foi demitido nesta quarta-feira, 1°.
A principal qustão é que essas disputas internas de nada interessa à população e só atrapalha o andamento do trabalho do Legislativo. “A gente tem quase um mês de greve administrativa e a data base não chega [na Câmara]. A gente tem um problema no IMAS [Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia], que é a ausência de repasse da Prefeitura, que tem interrompido os atendimentos. A gente tem várias pautas que são de interesse da população que deveriam pautar o Legislativo, e o Legislativo fica nessa discussão comezinha (pequena)”, afirmou a vereadora Aava Santiago (PSDB).