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Presidente Andrey Azeredo (MDB) decidirá se vai ou não alterar composição do colegiado. Primeiro depoimento acontece já na próxima terça-feira (20)

A diretoria legislativa da Câmara Municipal de Goiânia emitiu parecer na manhã desta segunda-feira (19/3) no qual admite que houve erro nos trâmites para instalação para Comissão Especial de Inquérito (CEI) que vai investigar as obras paradas no município.

Segundo o documento encaminhado à presidência, procede a reclamação do vereador Vinícius Cirqueira (PROS) de que não teria sido notificado como líder de seu partido para fazer a indicação.

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“Ficou constatado que houve esse equívoco, que se deu por conta da grande movimentação nas bancadas e extinção de alguns blocos partidários. Como o processo para instalação da CEI tramita na Casa desde novembro, houve confusão quanto à notificação que deveria ter sido encaminhada ao vereador”, disse ao Jornal Opção o diretor legislativo Paulo de Tarso.

O documento da diretoria, porém, não garante que a CEI terá que ter sua composição alterada. A decisão fica a cargo do presidente da Casa, Andrey Azeredo (PMDB).

“Agora depende do presidente, se ele vai pedir nova indicação dos líderes, se ele mesmo vai fazer a nomeação”, indicou o diretor. Segundo Paulo de Tarso, a diretoria ainda não avaliou se um novo cálculo de proporcionalidade precisará ser feito. “Apenas constatamos o erro. As providências que serão tomadas a partir disso dependem da presidência”, sentenciou.

Ao Jornal Opção, a assessoria do emedebista confirmou que o parecer já está na presidência, mas que ainda não foi avaliado.

Instalada na semana passada, a CEI das Obras Paradas já fez eleição e tem reunião marcada para a próxima terça-feira (20/3), com a presença do secretário de Infraestrutura (Seinfra), Francisco Ivo. Foi escolhido para presidir os trabalhos o propositor da CEI, Alysson Lima (PRB), a vice-presidente é a vereadora Sabrina Garcêz e o relator é o vereador Delegado Eduardo Prado (PV).

Também compõem a CEI os vereadores GCM Romário Policarpo (PTC), Felisberto Tavares (PR), Milton Mercês (PRP) e Paulinho Graus (PDT).

Polêmica

O mais novo entendimento da diretoria legislativa é contrário a um primeiro parecer da própria diretoria feito na quarta-feira (15) que dizia que o regimento interno havia sido respeitado e deu aval para que a comissão elegesse presidente, vice-presidente e relator.

Ainda na semana passada, Vinícius Cirqueira disse ao Jornal Opção que a eleição foi feita de forma “afobada” e defendeu que fosse revista a composição da CEI. “Deixar a comissão como está macula todo o trabalho da CEI antes mesmo de começar. Se lá na frente concluir que existem irregularidades, por exemplo, as pessoas que possam vir a ser responsabilizadas podem usar esse questionamento que levantei para pedir anulação dos atos da comissão”, disse.

O Jornal Opção tentou contato com o propositor e presidente do colegiado, Alysson Lima, mas não conseguiu até o fechamento da matéria.

O vereador escolhido para relatar os trabalhos do colegiado, Eduardo Prado, havia dito em entrevista que acredita que a reclamação do PROS é uma articulação da base do prefeito Iris Rezende (MDB) para tirá-lo da relatoria. “Há uma articulação do Paço Municipal que está incomodado com a minha presença como relator. Talvez pelo trabalho investigativo que desenvolvo e a minha atuação independente. A CEI foi feita de acordo com os trâmites legais e o regimento interno da Casa”, defendeu o parlamentar.