A ideia de viajar em pé em aviões, antes considerada uma piada ou meme, está se tornando uma possibilidade concreta. A empresa italiana Aviointeriors apresentou o Skyrider 2.0, um assento vertical que posiciona o passageiro em uma inclinação de aproximadamente 45 graus, permitindo um aumento de até 20% na capacidade de passageiros por aeronave.

Companhias aéreas de baixo custo, como a Ryanair, demonstraram interesse na implementação desses assentos, visando oferecer passagens mais baratas para voos de curta duração.

Design Inovador e Desafios de Segurança

O Skyrider 2.0 é projetado com barras verticais e cintos de segurança tipo “arnês”, reduzindo o peso total em comparação com assentos tradicionais. No entanto, para ser aprovado, o modelo precisa passar por rigorosos testes de impacto de 16g, conforme exigido por órgãos reguladores como a FAA, EASA e ANAC.

Além disso, há preocupações médicas sobre os riscos de trombose e desconforto em voos turbulentos, o que limita o uso desses assentos a trajetos de no máximo duas horas.

Economia para Companhias e Passageiros

A principal vantagem dos assentos verticais é a redução de custos operacionais. Com mais passageiros a bordo e menor consumo de combustível devido ao peso reduzido, as companhias podem oferecer tarifas significativamente mais baixas. Estudos indicam que a economia por trecho curto pode chegar a €15, tornando o modal aéreo mais competitivo em relação a trens de alta velocidade em rotas como Roma–Milão.

Perspectivas para o Brasil

No Brasil, a ANAC ainda não recebeu pedidos de certificação para assentos verticais. Caso isso ocorra, será necessário cumprir os requisitos do RBAC 121, incluindo testes de evacuação em 90 segundos com metade das saídas bloqueadas.

Rotas domésticas curtas, como Brasília-Goiânia ou Recife-Maceió, seriam as mais adequadas para essa modalidade. No entanto, a aceitação por parte dos passageiros brasileiros, que valorizam o conforto mesmo em voos curtos, ainda é incerta.

Vale a Pena Viajar em Pé?

A proposta divide opiniões. Para viajantes que priorizam o custo e estão dispostos a abrir mão do conforto, os assentos verticais podem ser uma opção viável. Por outro lado, famílias, idosos e pessoas com mobilidade reduzida podem enfrentar dificuldades. Pesquisas indicam que 62% dos entrevistados rejeitam a ideia, mesmo com descontos significativos nas passagens.

O Futuro da Aviação Comercial

A implementação dos assentos verticais depende da aprovação dos órgãos reguladores e da aceitação dos passageiros. Enquanto isso, a Aviointeriors continua aprimorando o design, e companhias aéreas observam atentamente o desenvolvimento dessa inovação que promete transformar a aviação comercial.

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