O Brasil registrou uma nova queda na taxa de desemprego, que chegou a 6,4% no trimestre de julho a setembro de 2024, consolidando-se como a segunda menor taxa da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, iniciada em 2012. O número representa uma redução de 0,5 ponto percentual em relação ao período anterior, encerrado em junho deste ano, e de 1,3 ponto percentual em comparação com o mesmo trimestre de 2023. Com esse índice, aproximadamente 7 milhões de brasileiros seguem em busca de trabalho, o menor contingente desde 2015.

O levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quinta-feira (31), destacou um recorde no número de pessoas ocupadas, totalizando 103 milhões no país. Esse aumento, impulsionado principalmente pela Indústria e pelo Comércio, reflete uma alta de 1,2% em relação ao trimestre anterior e de 3,2% no comparativo anual, o que equivale a mais 1,2 milhão de trabalhadores empregados no último trimestre e a mais 3,2 milhões de pessoas ocupadas ao longo do ano.

A taxa de ocupação, que mede o percentual de brasileiros em idade ativa empregados, também apresentou um avanço, chegando a 58,4% — o maior nível para um terceiro trimestre desde o início da série histórica da PNAD. Segundo a coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, a trajetória de queda no desemprego está diretamente ligada à crescente demanda de trabalhadores por diversas atividades econômicas.

Indústria e Comércio lideram vagas

A indústria apresentou uma expansão de 3,2% no número de vagas, enquanto o comércio registrou um aumento de 1,5% no trimestre, absorvendo um total de 709 mil trabalhadores adicionais. No setor industrial, a maior parte das novas vagas foi formal, com aumento de empregos com carteira assinada. No comércio, embora também tenha havido crescimento de vagas formais, o destaque ficou por conta dos empregos sem carteira assinada, tendência que pode estar ligada à flexibilidade e sazonalidade desse segmento.

O comércio, que atingiu um recorde de 19,6 milhões de trabalhadores no trimestre, mostrou-se como um dos principais motores do mercado de trabalho, beneficiando-se do aumento do consumo e das atividades sazonais. Outros setores econômicos, como serviços e construção, mantiveram-se estáveis no período, refletindo um equilíbrio nas contratações em diversos setores.

De acordo com a PNAD Contínua, a força de trabalho brasileira, que abrange tanto os empregados quanto os desempregados que buscam emprego, foi de 110 milhões de pessoas no trimestre encerrado em setembro. No entanto, aproximadamente 66,4 milhões de brasileiros, com idade igual ou superior a 14 anos, estão fora da força de trabalho. Isso inclui indivíduos que, embora não tenham trabalho, também não estão em busca de emprego ou disponíveis para trabalhar.

Além disso, o levantamento aponta que 18,2 milhões de pessoas estão subutilizadas — categoria que inclui aqueles que trabalham menos horas do que gostariam, estão desempregados ou fazem parte da força de trabalho potencial, mas não procuram emprego ativamente.

Pesquisa

De acordo com o IBGE, A PNAD Contínua é a pesquisa mais abrangente sobre a força de trabalho no Brasil, com uma amostra de 211 mil domicílios distribuídos em mais de 3.500 municípios. Realizada por aproximadamente 2 mil entrevistadores do IBGE, a pesquisa utiliza uma rede de mais de 500 agências de coleta de dados, o que garante uma visão abrangente e detalhada sobre o mercado de trabalho brasileiro.

O IBGE classifica como “desocupadas” as pessoas que estão sem trabalho, mas procuram emprego, e essa somatória, juntamente com os ocupados, compõe a força de trabalho ativa no país.

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