Depois de uma série de adiamentos, a Ecovias Araguaia deu início, em julho, a uma nova etapa das obras de duplicação da BR-153 em Goiás. Nesta fase, a concessionária investirá mais de R$ 500 milhões para executar 53,44 quilômetros de duplicações em trechos estratégicos das cidades de Uruaçu (16,4 km), Campinorte (7 km), Rialma (28,6 km) e Rianápolis (1,4 km).

O projeto integra o quarto ano do contrato de concessão da rodovia e tem como objetivo principal reduzir os alarmantes índices de acidentes no trecho conhecido popularmente como “Rodovia da Morte”. Em Goiás, entre janeiro de 2020 e maio de 2025, mais de 360 pessoas perderam a vida em acidentes fatais, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) obtidos pelo Jornal Opção.

No Tocantins, a concessionária também avança com obras em Talismã, Alvorada e Figueirópolis, totalizando 7 km de duplicação nesta etapa. Em 2024, o estado recebeu os primeiros trechos concluídos: 11,25 km em Gurupi, acompanhados de três retornos, dois viadutos, uma passarela de pedestres e 5,6 km de vias marginais em cada sentido; e 1,6 km em Aliança, incluindo dois viadutos e marginais.

Além das duplicações, o atual pacote de obras contempla quase 30 km de vias marginais, 14 retornos, oito dispositivos de acesso, três passarelas e dois acessos principais. O contrato prevê, ao longo de toda a concessão, a duplicação de 622 km, com a meta de concluir 57% dessa extensão até o décimo ano. O investimento total previsto é de R$ 7,8 bilhões em obras, além de R$ 6,2 bilhões em custos operacionais.

Ao final do contrato, o plano é entregar 448,54 km de rodovias duplicadas em Goiás, enquanto o Tocantins receberá 173,98 km. A obra é vista como essencial para a segurança e desenvolvimento da região, especialmente diante do histórico trágico da BR-153.

No trecho goiano, foram registrados 4.791 acidentes, resultando em 5.471 feridos e 361 mortes, números que evidenciam a urgência das intervenções. A rodovia, conhecida como “Rodovia da Morte”, carrega este apelido justamente por sua alta taxa de acidentes fatais.

A retomada das obras representa um passo importante para a melhoria da infraestrutura e para a redução dos riscos de trânsito na BR-153, encerrando um período marcado por atrasos e embates judiciais que retardaram o progresso do projeto.