O Ministério Público do Trabalho (MPT) moveu uma ação contra a Rede Globo, solicitando uma indenização de R$ 50 milhões devido à negligência da emissora em relação às denúncias de assédio sexual e moral nos últimos anos.

Originalmente programada para ocorrer no Rio de Janeiro, a audiência foi adiada a pedido da própria empresa. Essas informações foram divulgadas pelo blog Universa, no portal UOL.

De acordo com a Globo, uma das testemunhas convocadas para a audiência optou por não comparecer, temendo possíveis retaliações após vazamentos de informações para a imprensa. O MPT alega que a emissora permitiu ocorrências de assédio sexual e moral entre seus funcionários e buscará apontar quais medidas a empresa deveria ter tomado para evitar novos casos.

Caso a Globo seja condenada, será obrigada a pagar o valor estipulado, que será destinado a um fundo escolhido pelo Estado. Ações do MPT contra empresas são relativamente comuns, mas é incomum o motivo dessa denúncia contra a Globo, pois casos de assédio geralmente são subnotificados, conforme observado pela advogada trabalhista e conselheira de políticas para mulheres de São Paulo, Tainã Góis.

“No caso do assédio, é incomum esse tipo de ação por vários motivos: é difícil a mulher denunciar e é mais difícil ainda conseguir uma denúncia pública e coletiva por assédio, que junte vários casos. Esse tipo de ação do MPT não é para uma pessoa, e sim para um problema na estrutura empresarial, por isso é raro”, explica.