O delegado Rilmo Braga, titular da Central Geral de Flagrantes da Polícia Civil de Goiás, esclareceu neste sábado, 25, os fatos relacionados à abordagem de crianças por duas mulheres em praças da capital, especialmente no Parque Vaca Brava, na última quinta-feira, 23. Segundo o delegado, o caso gerou grande repercussão nas redes sociais, mas não houve tentativa de sequestro.

Segundo o delegado, a situação está sob controle e não há risco para a população. “Os fatos não são tão graves quanto foram, mas todas as providências cabíveis foram tomadas. Nossas crianças estão totalmente protegidas.”

“Pelo que tudo indica e foi noticiado à Polícia Civil, uma dupla de mulheres, de idade um pouco mais avançada, estava em praças de Goiânia — de forma mais centrada no Parque Vaca Brava — e abordou algumas crianças com um discurso muito estranho, já indicando transtornos mentais”, afirmou Braga.

De acordo com ele, as mulheres alegavam que teriam tido seus óvulos subtraídos por autoridades anos atrás, que possuíam cerca de 200 filhos espalhados pela cidade e que algumas das crianças poderiam ser suas filhas. “O que, obviamente, gerou um grande transtorno e alarde por parte da população e um certo burburinho nas redes sociais”, completou o delegado.

Rilmo Braga explicou que a Polícia Civil instaurou o procedimento cabível ainda na madrugada de quinta para sexta-feira, 24, e realizou diligências preliminares para confirmar os fatos. “Ficou claro que não havia um caso mais grave de sequestro ou cárcere privado, sequer tentado, porque elas não haviam tocado nas crianças — eram apenas conversas completamente desencontradas”, ressaltou.

Apesar disso, as investigações identificaram indícios de crime. “Conseguimos confirmar a existência de, no mínimo, um crime de tentativa de subtração de incapaz, previsto no artigo 237 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com pena máxima de seis anos de reclusão”, disse o delegado.

Com base nas provas reunidas, as suspeitas foram indiciadas e tiveram diversas medidas cautelares determinadas pela Justiça, entre elas a proibição de se aproximar de crianças, praças e parques da capital, além da instalação de tornozeleiras eletrônicas para monitoramento em tempo real.

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Mulher abordada pela polícia | Foto: PCGO

“As medidas já foram cumpridas na manhã deste sábado. Elas tomaram ciência das determinações e já estão sendo monitoradas pela Polícia Penal, em tempo real, para que nada mais grave possa ocorrer”, afirmou Braga.

O delegado destacou ainda que foi instaurado um incidente de insanidade mental, considerando os transtornos aparentes das investigadas.

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