Defesa diz que estado de saúde de João de Deus é grave e médium passa por novos exames nesta 2ª
26 agosto 2019 às 09h59

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Procedimentos serão feitos na Junta Médica Oficial do TJGO. “Ele não tem condições de permanecer ali”, diz defesa

João Teixeira de Faria, o João de Deus, deve deixar a prisão mais uma vez para passar por dois novos exames nesta segunda- feira, 26. O médium será submetido a testes psiquiátricos, às 9h30, e clinico, ao meio dia e meia.
Os procedimentos serão feitos na Junta Médica Oficial do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), no Setor Urias Magalhães, em Goiânia. A avaliação atende a um pedido da Comarca de Abadiânia. Na última sexta-feira, 23, João de Deus fez uma ressonância magnética em um hospital particular, em Aparecida de Goiânia.
A defesa tem reafirmado constantemente que o estado de saúde dele é gravíssimo. Inclusive, segundo o advogado Anderson Van Gualberto, foi encontrado sangue na bermuda de João Teixeira no último domingo, 25. Isso pode ter ocorrido em decorrência de um sangramento na urina.
“Ele estava sujo, não tinha nem tomado banho. Ele sempre toma banhos com o auxílio de reeducandos e o reeducando que o auxiliava saiu do presídio. Hoje ele (João Teixeira) está sem condições até de tomar banho. Os medicamentos também são administrados por outros reeducandos, haja vista que João não tem condições de administrar os mais de 15 medicamentos que toma”, explicou.
Para a defesa, o médium não tem condições de permanecer ali. “O presídio não é adaptado para deficientes nem idosos. É cheio de rampas e escadas”, destaca. Um laudo enviado pelo jurista mostra que o médium chegou a cair dentro da cela por algumas vezes e sofreu escoriações.
Diante das informações, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informou ao Jornal Opção que aguarda a notificação oficial da defesa do custodiado sobre as reclamações que apresentas à imprensa para que o órgão possa ter conhecimento formal e sejam tomadas as providências institucionais cabíveis.
Medida Judicial
A defesa de João Teixeira, informou também que vai protocolar, na próxima terça-feira, 27, uma medida judicial para que o Ministério Público de Goiás (MPGO) apresente documentos sobre as quase 600 supostas vítimas do médium.
O advogado Anderson Vangualberto argumenta que passado quase um ano desde desde que começaram a surgir as denúncias em massa, o MPGO ainda não apresentou provas de todas as denúncias.
“No início das investigações eles anunciaram, em todos os veículos de comunicação, que eram 600 vítimas. Quase um ano após o fato, não temos 50 vítimas apuradas e que geraram denúncia. A família e o próprio João quer que isso seja apurado e que seja oportunizado o direito de defesa. Se o MPGO apresenta a acusação ele possui o dever jurídico e legal de apresentar as provas”, explicou o advogado.
Vale lembrar que o MPGO já ofereceu 11 denúncias contra João de Deus. Nove delas por crimes sexuais. O médium está preso desde dezembro do ano passado, quando dezenas de mulheres o denunciaram por abuso sexual praticados na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia.