Defesa de Cunha tenta afastar relator de processo que pede sua destituição
08 dezembro 2015 às 16h48

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Advogado do presidente da Câmara, Marcelo Nobre, recorreu ao Supremo Tribunal Federal para que Fausto Pinato deixe de conduzir parecer contra seu cliente

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a tentar afastar Fausto Pinato (PSB-SP) da relatoria do processo que pede sua destituição do cargo que ocupa. O advogado de Cunha, Marcelo Nobre, anunciou nesta terça-feira (8/12), na reunião do Conselho de Ética, que recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que Pinato deixe de conduzir o parecer contra Cunha.
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O argumento de Marcelo Nobre é de que há um impedimento regimental para que Pinato seja o relator. As regras da Câmara impediriam que um deputado que faça parte do mesmo bloco partidário do parlamentar alvo de ação seja escolhido para relatar o processo.
Cunha apontou que o partido de Cunha, o PRB, fez parte do grupo que apoiou Eduardo Cunha na disputa pela presidência da Casa. No entanto, o PRB deixou o bloco partidário há alguns meses.
Segunda tentativa
Esta é a segunda vez que a defesa de Cunha tenta afastar Pinato. Na primeira tentativa, Nobre alegou que o deputado supostamente se manifestou sobre a destituição do presidente da Câmara antes da divulgação do relatório preliminar.
Para ele, ao fazê-lo, Fausto desrespeitou o direito de defesa de Cunha, embora o prazo para que a defesa apresente suas justificativas (10 dias) passe a valer após a instalação do processo. Na ocasião, o presidente da Comissão de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), resolveu negar o pedido.
O pedido de afastamento de Cunha, protocolado pelo Psol e pela Rede, ainda está sendo analisado pela Comissão de Ética. Na reunião desta terça-feira (8), os parlamentares podem decidir se aceitam ou não instalar o processo contra o presidente.