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Presidente da Câmara mostrou documentos que indicam que, ao contrário do que foi divulgado pela imprensa, emenda feita por ele seria prejudicial ao banco

| Foto:  Alex Ferreira/ Câmara dos Deputados
Para Cunha, anotação seria armação | Foto: Alex Ferreira/ Câmara dos Deputados

O deputado federal e presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mostrou aos jornalistas, nesta segunda-feira (30/11), uma série de documentos que desmentiriam informações de que ele teria recebido R$ 45 milhões do banco BTG Pactual para aprovar uma medida provisória (MP) que os beneficiaria.

A denúncia, publicada pelo jornal Folha de São Paulo, é que a Procuradoria Geral da União teria encontrado um bilhete que denunciaria a suposta propina. Segundo o jornal, o documento foi apreendido na casa de Diogo Ferreira, chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e um dos presos da Operação Lava Jato.

Atrás de um documento que se referia ao BTG estaria escrito, segundo a PGR, que “em troca de uma emenda à medida provisória nº 608, o BTG Pactual, proprietário da massa falida do banco Bamerindus, o qual estava interessado em utilizar os créditos fiscais de tal massa, pagou ao deputado federal Eduardo Cunha a quantia de 45 milhões de reais”.

Eduardo Cunha chamou a denúncia de “armação” e disse que a emenda que ele fez à MP 608/13 na verdade prejudicaria o BTG Pactual. A MP, segundo ele, na verdade suprimia a possibilidade de aproveitamento de créditos por bancos em liquidação. “Propus o contrário do que essa suposta anotação acusa. Ou seja, uma anotação que não sei se é verídica me acusa de aprovar emenda ao contrário da emenda que apresentei e foi rejeitada. Isso está me cheirando a armação”, disparou.

“Com isso, só seria possível apurar o prejuízo do ano anterior, e não o saldo acumulado de prejuízos. Tecnicamente, foi isso que o relator fez e o fez atendendo indiretamente a emenda que eu fiz para suprimir essa possibilidade. Ao invés de suprimir, ele colocou dois dispositivos que travavam a possibilidade de utilização de créditos em liquidação”, disse ele.

Ele disse ainda que é um “absurdo” que uma anotação ganhe valor de documento. “Uma simples anotação, encontrada com um terceiro, o qual eu não conheço, ganha cunho de documento”, criticou. Embora o procurador geral da República, Rodrigo Janot, mencione a anotação, não especifica se o caso está sendo investigado.