O senador Jorge Kajuru (PSB) votou favorável pelo relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as ações do dia 8 de janeiro. Contrário à CPI, chegando a se referir a ela como “ridícula e pífia”, Kajuru – ele e a deputada federal Adriana Accorsi são os únicos parlamentares goianos na comissão – disse que, apesar do voto favorável ao relatório, não concorda com o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como autor intelectual dos atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes. Confira o relatório completo aqui.

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O senador goiano disse que gostaria de ver os “financiadores presos e condenados”, pois eles foram os verdadeiros responsáveis pelas pessoas que chamou de infiltradas e que participaram da invasão. “Era o que eu queria ver, mas infelizmente não vou ver”, disse ao lembrar que foi mal interpretado ao dizer que o relatório não poderia “classificar o ex-presidente Jair Bolsonaro como autor intelectual do que aconteceu no dia 8 de janeiro”.

Ao se referir a um relatório paralelo da oposição – que pede o indiciamento de Lula e Flávio Dino -, Kajuru repetiu que é impossível classificar Lula como o autor intelectual dos ataques.

No relatório principal da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), pediu o indiciamento de 61 pessoas, entre elas, o ex-presidente Jair Bolsonaro por associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado democrático de direito e golpe de Estado. Os 16 parlamentares, no voto de 348 páginas, pedem a rejeição do texto apresentado pela relatora e a adoção do voto da oposição como parecer da CPMI.

Parecer alternativo

Parlamentares da oposição, por sua vez, apresentaram um parecer alternativo em que pedem o indiciamento do presidente Lula por destruição do patrimônio público, dano qualificado e prevaricação.

No entendimento dos 16 parlamentares da oposição que assinam o voto em separado (que equivale a um relatório alternativo ou paralelo), houve omissão deliberada de Lula diante das invasões aos prédios públicos, para colher frutos políticos com os ataques.

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