Cremego apura denúncias contra médico que teria deformado rosto de pacientes

04 dezembro 2018 às 12h57

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Conselho condena o uso indiscriminado de polimetilmetacrilato (PMMA)

Após tomar conhecimento de denúncias feitas por pacientes contra o médico Wesley Noryuki Murakami da Silva (CRM/GO 10.200), o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou que está adotando todas as medidas cabíveis para a apuração dos fatos envolvendo a conduta deste profissional que está inscrito no Conselho desde 2003 e não tem especialidade médica registrada. As apurações tramitam em sigilo processual.
Embora algumas denúncias veiculadas recentemente citem a realização dos procedimentos por Wesley Murakami há mais de um ano e em 2012, o Cremego nunca foi procurado por pacientes deste médico para qualquer queixa referente à insatisfação ou indício de erro. Recentemente, no dia 23 de outubro, o médico foi punido pelo Cremego com uma censura pública após o julgamento de um processo instaurado e sem vínculo com as denúncias registradas agora pelos pacientes na Polícia Civil.
Sobre o uso polimetilmetacrilato (PMMA), há mais de dez anos, em matérias e notas oficiais veiculadas na imprensa e em publicações institucionais, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Cremego vêm alertando a população sobre os riscos da utilização indiscriminada desta substância na bioplastia. O CFM e o Cremego condenam esse uso.
Em um parecer editado em 2013, o CFM recomendou que, quando necessário, o uso do PMMA seja feito por médicos e em pequenas doses, pois a aplicação em grandes quantidades pode produzir resultados indesejáveis. Atualmente, o PMMA tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e indicação para o tratamento de deformidades, principalmente em pacientes HIV positivo, e em pequenas quantidades.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Goiás (SBCP-GO) também condenam o uso em grandes quantidades do produto, que não é absorvido pelo organismo e pode apresentar graves reações, como processos inflamatórios crônicos e nódulos. A SBCP e a SBCP-GO orientam que há produtos mais modernos e indicados para preenchimentos que visam a harmonização facial.
Entenda o caso
A Polícia Civil recebeu quatro denúncias contra o médico Wesley Noryuki Murakami da Silva, que atuava como cirurgião plástico em uma clínica no Setor Oeste, em Goiânia. Os pacientes alegaram que, após os procedimentos feitos com o profissional, ficaram com a aparência completamente deformada. O caso é investigado pelo delegado Carlos Caetano Júnior do 4º Distrito de Polícia da capital.
O Cremego também aproveita para orientar a população que ao buscar atendimento médico verifique antes se o profissional é registrado no Conselho e se tem a especialidade médica que ele anuncia. Essas informações são públicas e podem ser obtidas no site do Cremego: www.cremego.org.br.