CPI de Brumadinho ouve três envolvidos e vota pela convocação de mais três
22 abril 2019 às 08h46

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Engenheiro, geólogo e executivo serão sabatinados pelos parlamentares na próxima terça-feira, 23

Presidida pela senadora Rose de Freitas (Pode-ES), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Brumadinho terá uma semana agitada pela frente. A agenda prevê que os membros da CPI se reúnam na próxima terça-feira, 23, para ouvir três depoimentos e votar três requerimentos.
O primeiro a ser ouvido será o engenheiro Arsênio Negro Júnior, auditor da empresa alemã TÜV SÜD. Segundo informações da Agência Senado, por iniciativa do senador Carlos Viana (PSD-MG), relator da CPI, foi apresentado um requerimento para que o engenheiro preste esclarecimentos para dizer se a empresa foi pressionada, de alguma forma, a assinar laudos de estabilidade das barragens.
Outro que irá se esclarecer à comissão é o geólogo da mineradora Vale, César Augusto Paulino Grandchamp. Ele assinou, na condição de representante legal da empresa, a declaração de condição de estabilidade da barragem 1 da mina Córrego do Feijão, que, após o rompimento, causou o desastre em Brumadinho. A Agência Senado reforça que Grandchamp chegou a ter a prisão temporária decretada.
Também está prevista a oitiva do executivo Felipe Figueiredo Rocha. Ele, compõe o quadro do setor de Gestão de Riscos Geotécnicos da mineradora. Segundo o Ministério Público (MP), Felipe teria sido o responsável por apresentar a situação de risco para outros membros da mineradora. Os três serão ouvidos pelos integrantes da Comissão a partir das 13h da próxima terça-feira, 23.
Requerimentos
Posteriormente, os parlamentares que compõe a Comissão irão votar a apresentação de três requerimentos. A iniciativa é do senador Carlos Viana. Os documentos reivindicam a convocação de outros três envolvidos para prestar depoimentos.
São eles: o diretor de estratégia, exploração, novos negócios e tecnologia da Vale, Juarez Saliba de Avelar; um funcionário da área de gerenciamento de riscos geotécnicos da Vale, Washington Pirete da Silva; e, por fim, o chefe da divisão de fiscalização de barragens da Agência Nacional de Mineração em Minas Gerais, Wagner Araújo Nascimento.
Relembre o caso
A barragem da Mina Córrego do Feijão, que pertence a mineradora Vale, se rompeu no dia 25 de janeiro. A lama devastou o refeitório da empresa, centros administrativos, propriedades rurais e outros locais onde haviam diversas pessoas aglomeradas.
O último relatório da Defesa Civil aponta para um total de 40 pessoas desaparecidas. Ao todo, foram localizados 231 corpos. Militares seguem com as buscas por desaparecidos.
Para a realização dos trabalhos foram empenhados mais de 100 homens do Corpo de Bombeiros Militar, cães farejadores e cerca de 80 máquinas pesadas. Não há previsão de encerramento ou suspensão das buscas.