O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira, 16, que a taxa de desemprego no trimestre encerrado em julho caiu para 5,6%, a menor desde o início da série histórica, em 2012. No trimestre móvel anterior, o índice havia registrado 5,8%. Em Goiás, a queda também é expressiva. A taxa de desemprego no segundo trimestre de 2025 ficou em 4,4%, contra 5,3% no período anterior, representando uma redução de 0,9 ponto percentual.

No Brasil o índice recuou para 5,6%, com 102,4 milhões de pessoas ocupadas e 39,1 milhões com carteira assinada — o maior número da série histórica. Para o economista Everaldo Leite, os dados refletem a resiliência da economia brasileira mesmo sob os efeitos de uma taxa básica de juros ainda elevada, de 15% ao ano.

“O mercado de trabalho tem se sustentado em setores estratégicos, especialmente na construção civil, que cresceu 4,3% em 2024 e superou o PIB nacional. Esse desempenho gerou quase 40% a mais de empregos em relação a 2020. Para 2025, a previsão é de novo crescimento, em torno de 3%, impulsionado pelo Minha Casa, Minha Vida, que agora atende famílias com renda de até R$ 12 mil”, disse Everaldo Leite ao Jornal Opção.

De acordo com o economista, a construção civil aquecida é determinante para manter o desemprego em queda, mas não é o único fator. “O crescimento do emprego sustenta o consumo em equilíbrio com o PIB, o que ajuda a inflação a se manter dentro da meta. Além disso, a queda do dólar reduz custos de insumos internacionais e contribui para segurar preços”, explica.

A expectativa do governo, segundo Leite, é que a acomodação da inflação permita uma redução sustentável da Selic, criando um cenário favorável para novos investimentos. “Com a indústria nacional retomando fôlego, teremos condições de ampliar exportações de produtos com maior valor agregado. Após o tarifaço do Donald Trump, será essencial buscar espaço em novas cadeias globais de produção e serviços”, acrescenta.

Outro ponto destacado pelo economista é a força do PIX, que vem dinamizando o comércio e as contratações. “Em setembro, foram 290 milhões de transações em um único dia, movimentando R$ 164,8 bilhões. Em 2024, o volume total superou R$ 26,4 trilhões. Essa instantaneidade impulsiona a atividade econômica e favorece novos investimentos”, analisa.

Para Leite, se a inflação permanecer próxima ao centro da meta, o país poderá viver um novo ciclo virtuoso, combinando queda dos juros, aumento da formalização e expansão da renda. “A economia brasileira já deu provas de resiliência e agora tem condições de consolidar um crescimento mais equilibrado, sem necessidade de retomada da alta da Selic no médio prazo”, conclui.

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