Conselho de Arquitetura se posiciona contra venda de áreas públicas no Setor Sul
06 março 2020 às 17h02

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Membro da subcomissão do Plano Diretor, vereador Anselmo Pereira (PSDB) diz que proposta da Câmara diz respeito à áreas não utilizáveis e que há abertura de diálogo

O debate sobre a possibilidade de venda dos jardins internos do Setor Sul segue ganhando repercussão. Nesta sexta-feira, 6, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU/GO) divulgou nota de repúdio contra a proposta. A entidade se manifestou citando a audiência pública realizada na quinta-feira, 5, com os moradores e representantes da Câmara. Segundo afirma o CAU, moradores demonstram descontentamento com a proposta.
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Na proposição de emenda apresentada pelo presidente da Câmara, vereador Romário Policarpo (Patriota), ficaria previsto a partir do novo Plano Diretor a possibilidade de vendas das áreas. O vereador justifica que a discussão das diretrizes é oportunidade para reverter o abandono dos terrenos. A proposta original prevê que os donos das casas próximas aos jardins possam comprar e incorporar as áreas aos lotes já existentes.
Acompanhando o debate, o vereador Anselmo Pereira (PSDB), que participa da subcomissão de Ordenamento Territorial, diz que há equívocos quanto a repercussão do tema. Segundo o vereador, a proposta prevê a destinação apenas de áreas não utilizadas, chamadas de “pontas de quadra”.
“Ninguém falou que vai vender as áreas do Setor Sul, isso é um absurdo. Queremos dizer que aquelas que são de ponta de quadra e que por ventura não seja servível e acho que todas são servível”, afirmou o vereador, prometendo que o tema seguirá em discussão, sem acelerar decisões, de forma que contemple os debates necessários.
Para o CAU, a audiência demonstrou que há rejeição da população à proposta. A entidade argumenta que os papeis desempenhados pelas áreas passam pelo controle de drenagem, cuidado da recarga de lençol freático e redução de temperatura, além disso pontua que um maior adensamento pode provocar problemas de acesso, levando em consideração que as vias do bairro já estariam saturadas.
“É essencial que a importância do setor Sul seja reconhecida e valorizada pelo poder público, seja por parte da Câmara Municipal, seja por parte da Prefeitura, de modo que qualquer projeto que venham a propor respeite a vocação do bairro: cultural, de preservação ambiental, turística e de lazer”, destaca a nota.