Congelamento do regime de progressões dos servidores volta ao centro dos debates na Alego, nesta quarta
23 dezembro 2020 às 13h10

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Secretária de Economia esteve no Parlamento na tentativa de esclarecer as principais dúvidas a respeito do projeto. No entanto, apesar da visita, base ainda busca ampliar apoio na tentativa de aprovar o texto

O congelamento do regime de progressões para carreira dos servidores públicos do Estado voltará ao centro dos debates na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) e será discutido novamente em plenário na noite desta quarta-feira, 23, em um encontro previsto para as 18h.
A secretária de Economia de Goiás, Cristiane Schimdt esteve no Parlamento na tarde da última terça, 22, na tentativa de esclarecer as principais dúvidas dos parlamentares que seguem inseguros quanto a votação da matéria.
Acontece que governo tenta, pela terceira vez, aprovar as alterações em questão no Legislativo. Para isso, o Executivo chegou a ceder em relação aos prazos inicialmente estipulados, minimizando a vedação das progressões de dois anos para seis meses.
A redução do prazo de vedação das progressões foi considerada “razoável” secretária haja vista que o Estado, segundo ela, depende diretamente da aprovação de leis locais que garantam adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).
“Gilmar Mendes [ministro] não vai conceder novas prorrogações [da suspensão da divida do Estado com a União] se não tivermos esses avais. Ele está aguardando a conclusão dessa situação para dar ou não uma liminar”, disse ao argumentar que, sem tal suspensão, o Estado ficará insustentável. “Teremos uma situação de total caos. Em janeiro provavelmente não pagaremos os servidores”, pontuou a técnica.
A base do governo na Casa tenta, agora, ampliar o apoio à aprovação da matéria no Legislativo, no entanto, muitos permanecem incertos dessa decisão.
Ao Jornal Opção, o líder do Governo, deputado Bruno Peixoto (MDB), argumentou que não haverá nenhum congelamento das progressões. O texto, segundo ele, tem o objetivo apenas de sinalizar ao ministro Gilmar Mendes as providências adotadas pelo Estado para contenção e controle das contas.
“Entendemos esse requisito como necessário para que consigamos uma nova liminar que nos conceda mais seis meses de suspensão da dívida do Estado com a União. É um projeto que, no meu entendimento, deve ser tratado a partir de uma visão de Estado, não de base e oposição”, destacou o líder que preferiu não estimar a quantidade de votos.
Um outro parlamentar, que preferiu não se identificar, assegurou à reportagem que o líder do governo Peixoto conta, atualmente, com 23 votos. No entanto, para que seja aprovada pelo Parlamento, a matéria precisa de no mínimo 25 votos favoráveis. “Muitos estão visivelmente incomodados em votar esse texto. A secretária veio, conversou, mas ainda assim, para alguns, ela não foi convincente o suficiente”, disse.