Companhia aérea brasileira pode apostar em jatos chineses

29 setembro 2024 às 10h31

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A Total Linhas Aéreas está em negociação para adquirir jatos fabricados pela COMAC, empresa estatal chinesa, segundo o site AeroIN. Feito que pode torná-la a primeira companhia aérea ocidental a operar aeronaves desse fabricante. As aquisições fazem parte de um plano para a retomada de operação de passageiros.
Segundo Paulo Almada, um dos sócios da Total, em entrevista para o Portal PANROTAS, a empresa busca aviões para regionais, mas não descarta parcerias com outras empresas. “Podemos fechar acordos com companhias já estabelecidas e que precisem de uma ligação com cidades menores, ou nós podemos operar e comercializar sozinhos”, conta.
Por isso, a companhia busca modelos COMAC C919, cujo preço de tabela é estimado em US$ 90 milhões por unidade. A Total também avalia o COMAC ARJ21, uma aeronave regional com capacidade para até 97 passageiros, considerada ideal para rotas curtas e aeroportos menores.
Caso o negócio seja concretizado, Almada contou que o Banco de Desenvolvimento da China (CDB) estaria disposto a financiar até 80% da compra, com prazo de pagamento de 10 a 12 anos. O financiamento cobriria cerca de US$ 288 milhões do total, sem considerar outros possíveis descontos na venda.
Além do financiamento, a COMAC oferece um diferencial importante: a entrega das aeronaves até março de 2025. Enquanto a Embraer só teria jatos disponíveis a partir de 2026, e a Boeing e Airbus, apenas em 2028.
No entanto, o C919 ainda não possui certificação de órgãos reguladores como a FAA (Administração Federal de Aviação dos EUA), o que impacta o processo de homologação junto à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). O processo pode levar até seis meses e a Total precisaria homologar seus procedimentos e manuais de operação.
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