Um ataque hacker ao sistema da C&M Software, empresa que conecta bancos ao Banco Central (BC), causou um prejuízo bilionário e afetou o funcionamento do Pix em diversas instituições financeiras.

Segundo informações preliminares, os criminosos desviaram cerca de R$ 800 milhões de contas de oito bancos, no que já é considerado o maior ataque cibernético envolvendo o Pix na história do BC.

A C&M Software presta serviços a bancos pequenos, cooperativas, instituições de pagamento e sociedades de crédito que não têm conexão direta com o sistema do Pix. Por meio de uma brecha de segurança, hackers conseguiram acessar as contas reserva de seis instituições e realizar movimentações indevidas.

Essas contas são mantidas no próprio BC e são usadas para liquidação de operações entre os bancos — sem relação com os saldos de clientes. Assim que foi alertado, o BC determinou o desligamento das conexões da C&M com o sistema do Pix, o que deixou os clientes dessas instituições temporariamente sem acesso ao serviço.

Agora, essas instituições precisam buscar novos provedores de tecnologia para retomar as operações no sistema do BC. Entre os bancos atingidos está o Banco Paulista, que confirmou a interrupção temporária do Pix por causa da falha no provedor terceirizado, mas assegurou que nenhum dado sensível foi comprometido.

A BMP também foi alvo do ataque e informou que possui garantias suficientes para cobrir os valores desviados, sem prejuízo para a instituição ou seus parceiros. O BC reforçou que nenhum sistema próprio foi invadido e que o Pix continua funcionando normalmente para as demais instituições.

O órgão está conduzindo uma investigação, em conjunto com a Polícia Federal, para identificar os responsáveis e entender como ocorreu o acesso indevido. A C&M Software declarou que colabora ativamente com as autoridades e que seus sistemas críticos permanecem íntegros e operacionais.

Especialistas em segurança cibernética classificaram o incidente como um dos ataques mais sofisticados já registrados no setor financeiro no Brasil. Segundo analistas, o episódio deve acelerar a adoção de regras mais rígidas pelo Banco Central e reforçar os investimentos em cibersegurança por parte das instituições financeiras.

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