Comércio entra na semana decisiva com foco nas compras de última hora
20 dezembro 2025 às 09h10

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A reta final antes do Natal concentra a maior expectativa do comércio brasileiro em 2025. Faltando menos de uma semana para a principal data do varejo, lojistas apostam nas compras de última hora para impulsionar as vendas, especialmente com a liberação da segunda parcela do 13º salário, promoções pontuais e maior circulação de consumidores nas ruas e shoppings.
Levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o SPC Brasil indica que 10% dos consumidores deixam para comprar os presentes na última semana, o que representa cerca de 12,2 milhões de pessoas. O principal motivo, segundo a pesquisa, é a expectativa por promoções, apontada por 38% dos entrevistados. Outros 25% aguardam o pagamento de rendimentos, enquanto 19% admitem falta de planejamento.
Ao todo, aproximadamente 124,3 milhões de brasileiros devem comprar presentes neste Natal, com movimentação estimada em R$ 84,9 bilhões. Em Goiânia, 76% dos consumidores afirmam que pretendem presentear.
Gastos, preferências e comportamento de compra
O ticket médio por presente é estimado em R$ 174, valor acima do registrado em anos anteriores. Cada consumidor pretende adquirir, em média, quatro presentes, número que sobe para cinco nas classes A e B. Para 41% dos entrevistados, o gasto será maior do que no Natal passado.
Filhos lideram a lista de presenteados, citados por 58% dos consumidores, seguidos por mães (46%) e cônjuges (40%). Em 28% dos casos, o presente mais caro será destinado aos filhos.
Entre os itens mais procurados estão roupas (52%), perfumes e cosméticos (36%), calçados e brinquedos (30% cada) e acessórios (22%). A pesquisa também aponta que 43% dos consumidores consideram substituir bens materiais por experiências, como viagens, jantares ou passeios.
Lojas físicas seguem predominantes
Mesmo com o avanço do comércio digital, as lojas físicas continuam sendo a principal escolha na última semana antes do Natal. Segundo o levantamento, 75% dos consumidores devem realizar compras presenciais. As lojas de departamento concentram 36% das intenções, seguidas pelos shoppings, com 31%.
O ambiente digital, no entanto, mantém relevância: 58% pretendem comprar ao menos um presente online, principalmente por aplicativos de compras. Sites internacionais são citados por 64% dos consumidores, embora muitos optem por vendedores brasileiros dentro dessas plataformas.
Preço, pesquisa e pagamento
A pesquisa mostra que 82% dos consumidores comparam preços antes de comprar. A internet lidera como ferramenta de pesquisa, usada por 87%, mas 63% também recorrem às lojas físicas para comparação. Para 59%, os preços estão mais altos do que no ano passado.
O Pix aparece como principal forma de pagamento, citado por 54% dos entrevistados, seguido pelo cartão de crédito parcelado (39%). O parcelamento médio chega a quase cinco vezes, empurrando parte dos pagamentos para o primeiro semestre de 2026. Para 79% dos consumidores, a oferta de crédito influencia diretamente a decisão de compra.
Expectativa cautelosa no varejo
O presidente da CDL Goiânia, Geovar Pereira, avalia que o Natal segue sendo um período decisivo para o setor, mesmo diante de um cenário econômico mais restritivo, com juros elevados e famílias endividadas.
“O consumidor esteve mais cauteloso ao longo do ano, mas o Natal tem um peso simbólico muito forte. Nesta última semana, a tendência é de maior disposição para comprar, desde que haja preço competitivo, boas condições de pagamento e atendimento”, afirma.
Segundo ele, a combinação entre lojas físicas mais movimentadas e crescimento do comércio digital cria um ambiente competitivo, mas com potencial de aquecimento nas vendas nos dias que antecedem o Natal.
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