UFG soma R$ 21 milhões em dívidas e segue com atividades comprometidas, afirma reitor
23 setembro 2019 às 15h31

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Edward Madureira estima que verba prevista para liberação só será suficiente para pagamento de meses em atraso. Universidade se posiciona contrária à proposta do Future-se

A Universidade Federal de Goiás (UFG) realizou nesta segunda-feira, 23, Assembleia Universitária para discutir a situação orçamentária da instituição, afetada por contingenciamentos executados pelo Ministério da Educação (MEC), no início do ano. Durante o evento a direção da universidade também se posicionou contrária à proposta do Programa Future-se.
A assembleia contou com participação de estudantes de graduação e pós-graduação, professores e técnicos administrativos, além de representantes de entidades estudantis, como o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão.
Dívidas
Durante coletiva de imprensa, o reitor Edward Madureira afirmou que a UFG já acumula cerca de R$ 21,4 milhões em dívidas. As principais pendências são com setores de fornecimento de energia, segurança e limpeza.

Sobre a previsão de liberação de parte dos recursos, antecipada pelo reitor na semana passada, Edward afirmou que ainda não há nada concretizado, mas adiantou que deve ser 1/3 do valor bloqueado.
Ainda segundo ele, mesmo locais que têm subsídios de outros órgãos, como o Hospital das Clínicas, que recebe verbas do Ministério da Saúde, devem ser comprometidos, já que custeios de pesquisas realizadas no âmbito do hospital são mantidas pela universidade.
Future-se
A segunda pauta do encontro foi a proposta do Programa Future-se, anunciado pelo MEC no início do ano, que pretende arrecadar verbas privadas para custeio de projetos e laboratórios.
“É um programa que não atende à universidade, não atende ao modelo de educação que defendemos e coloca em risco a autonomia universitária”, afirma o reitor.
O presidente da UNE, Iago Montalvão, esteve presente na assembleia. Segundo Iago, a entidade vem buscando diálogo com o MEC, mas afirma: “o Governo se rejeita a nos ouvir”.
Para o líder estudantil, o programa busca a privatização das universidades, desobrigando o Estado a se comprometer com os custeios previstos.
Campanha
A universidade anunciou que a partir desta semana deve lançar a campanha “Minha vida sem a UFG? Nem pensar!”. Composta por vídeos que retratam a importância da Universidade na vida da população.
Os vídeos trazem o depoimento de pessoas que tiveram a vida marcada por ações da Universidade, entre ex-estudantes da UFG e a população atendida pelos diversos serviços oferecidos.
Paralisação de atividades
Durante a assembleia o reitor finalizou considerando ainda não haver previsão para atividades serem paralisadas. A UFG afirma que o caminho encontrado é o esforço permanente e exaustivo para reverter o bloqueio de recursos.
“Não há previsão exata para paralisação de atividades, iremos nos mantendo na medida que forem liberados os recursos, caso chegue a paralisar será em razão da impossibilidade de atuação, como cortes de energia” cita o reitor.